Depois de anos de tentativas falhadas, Orville e Wilbur Wright foram os primeiros a conseguir fazer voar um engenho mais pesado que o ar

Foi a observação atenta dos pássaros e os insucessos de outros engenheiros obcecados pelo sonho de voar que possibilitaram a conquista dos irmãos Wright. Primeiro iniciaram os seus estudos usando papagaios e modelos menos complexos de planadores. O seu primeiro avião a motor com 12 cavalos – o Flyer 1 – foi experimentado nas planíceis costeiras ventosas de Kitty Hawk, na Carolina do Norte (EUA). No entanto, o feito dos irmãos americanos não teve o reconhecimento merecido por não ter sido presenciado por muitas testemunhas.
O primeiro voo bem sucedido ocorreu a 17 de dezembro de 1903, pilotado por Orville. Durou 12 segundos e percorreu 36 metros.
Até 1905 ficaram diversos aperfeiçoamentos no Flyer até conseguirem desenvolver um avião prático com controlo e sustentação. Só 5 anos depois do voo inaugural é que Orville e Wilbur Wright apresentaram o invento ao mundo, mostrando curvas de 90º, dando duas voltas sobre a pista e indo pousar no mesmo ponto em que descolou. Em finais de 1909, fundaram a Wright Company e começaram a comercializar os seus aparelhos.
Tudo começou com um falcão e uma loja de bicicletas
Em 1890 os irmãos Wrigth eram donos de uma loja de bicicletas. Wilbur passava grande parte do seu tempo a observar o voo dos falcões até que percebeu que a ave elevava uma das asas e baixava a outra quando queria controlar a inclinação do voo. Em 1900 fizeram os primeiros testes, com planadores e conseguiram desenvolver um modelo que voava por pouco tempo mas que tinha um bom controlo de direção. O piloto tinha de ficar deitado no centro do aparelho, com um leme horizontal à frente para controlar a ascensão no ar e um mecanismo que provocava a torção das asas. Depois de mais de 700 vôos “planados”, em 1903, os irmãos Wright conseguiram voar.
Em 1896, o alemão Otto Lilienthal pagou com a própria vida as suas tentivas para fazer planar um engenho mais pesado do que o ar. Em 1889 havia publicado uma importante obra sobre o voo dos pássaros, considerada a base da aviação. Apesar de ter realizado quase dois mil voos em que conseguiu planar (atingindo em alguns cerca de 350 metros de distância), acabou por morrer quando, a 9 de agosto de 1896, caiu de uma altura de 17 metros e partiu a espinha dorsal. Os seus projetos, no entanto, contribuíram para o desenvolvimento da asa delta.

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