JANEIRO - O mês do conhecimento

Ao longo deste ano, a RTP2 relembra, em cada mês, alguns dos rostos e dos programas que fazem parte da história e das estórias do canal. O conhecimento, a partilha, a portugalidade, as artes, a religião, a ciência e a natureza, o desporto, a música e as crianças são pedaços deste universo, que todos os dias nos acompanham e enriquecem.

Ele é um dos rostos mais conhecidos da RTP2. Todos os sábados à noite nos entra em casa, num tom próximo e convidadivo, para uns minutos de boa conversa. O seu nome é José Fialho Gouveia e, com 5 anos de Bairro Alto, o apresentador partilha agora as muitas e boas recordações que tem deste canal.



Já passaram 45 anos desde que nasceu a RTP2. Que recordações tem daquilo que ficou para trás?

JFG – Fazendo umas contas simples, por impossibilidade física de estar presente no mundo, perdi 10 desses 45 anos. Mas dos restantes guardo muitas e boas recordações. Tenho muito presente a lembrança das tardes, ainda criança, que passei a ver o "Agora Escolha", com a Vera Roquete – confesso que era grande fã dos míticos ‘Heróis de Shaolin’. Não menos míticos também – e vou jurar que era na ‘Dois’ – os desenhos animados que nos trazia o Vasco Granja. Ainda de tempos mais recuados, não esqueço a "Quinta do Dois", com o Carlos Cruz. E, já num passado mais recente, não posso deixar de destacar o "Acontece", com o Carlos Pinto Coelho; tal como as belas entrevistas da Ana Sousa Dias no "Por Outro Lado". Olhando para os últimos anos da RTP2 é também obrigatório bater palmas à Fernanda Freitas e ao ‘seu’ "Sociedade Civil" por terem concretizado na sua mais verdadeira essência o conceito de serviço público.

Que significado especial tem para si a RTP2?

JFG – A RTP2 é um gigante pequeno. Pequeno porque sempre foi ‘a Dois’, o ‘Segundo’, aquele que vem a seguir à ‘Um’, aquele que nunca teve audiências de pasmar. Mas gigante pelos conteúdos. Pela qualidade. Pelo serviço público. Pela resistência que tem demonstrado. Pela passadeira vermelha que estende à cultura. Pelo conforto que a programação transmite. Fosse apenas por isso e já teria um carinho muito especial pela RTP2. Mas há mais. Muito mais. Há o factor casa. Nas minhas memórias da ‘Dois’ está muito presente o "Arca de Noé", apresentado pelo meu pai. Lembro-me de ficar em casa a vê-lo trabalhar no programa, cassete para trás e cassete para a frente, até o discurso bater certo com as expressões dos animais. Bastaria essa recordação para a RTP2 fazer parte da minha vida, mas nos últimos cinco anos, desde que apresento o "Bairro Alto", a ‘Dois’ passou a ocupar o meu dia-a-dia. Passou a ser a minha casa profissional. Com o "Bairro Alto" tenho crescido muito. E sem a RTP2 não haveria "Bairro Alto".

A RTP2 é muito acarinhada, sobretudo na web, onde o contacto e o feedback são mais próximos. Na página de Facebook do Bairro Alto não lhe poupam elogios e cada convidado é uma novidade bem recebida. Que mensagem lhes quer deixar?

JFG – Uma mensagem de agradecimento. São os espectadores da RTP2 que dão razão de ser ao trabalho que fazemos todos os dias. Obrigado por nos acompanharem.