Para as pessoas que nascem com uma deficiência, nem sempre é muito claro onde estão os limites do que lhes é ou não possível. A autoestima pode ser inconscientemente condicionada pelo que lhes é incutido por uma sociedade que não sabe lidar com tudo o que foge à “verdade universal”. Por isso é que o exemplo da Catarina tem uma força inesperada.
A Catarina viveu sem deficiência até aos 27 anos o que lhe permitir formar-se como adulta sem as barreiras físicas e psicológicas que definem a vida de quem nasceu com uma deficiência. Precisamente por isso, sabe apontar claramente as diferenças no tratamento da Catarina em Pé e da agora Catarina Sentada. A cadeira de rodas é o que lhe permite ser independente, mas nota que lhe são associadas características de debilidade, falta de autonomia e até “castigo” que não correspondem à verdade. É a falta de acessibilidade (e muitas vezes de sensibilidade) que impede a verdadeira liberdade de todas as pessoas com deficiência.