Foi a amiga Ana Marques que os inscreveu.

 

A história de amor:

“Boa tarde, chamo-me Noémia Costa, tenho 31 anos, sou natural do Porto e vivo na Maia, na casa dos meus pais, junto com o André, meu namorado, que tem 29 anos e é natural de Pombal.

A nossa relação começou na tropa. Eu fiz a minha recruta em Abrantes, depois fui colocada em St.Margarida, no quartel onde o André já estava. Foi aí que nos conhecemos.

Entretanto durante 6 meses estivemos afastados. Eu fui colocada em diligência no quartel de Tancos, depois voltei ao quartel, junto com as minhas camaradas que fizeram a recruta comigo e uma camarada minha engraçou com o André. Tentei fazer de cupido entre os dois, só que o feitiço virou-se contra o feiticeiro. Essa minha camarada apaixonou-se por outro, mas eu e o André continuámos amigos. Trocávamos mensagens e fomos ficando cada vez mais próximos um do outro. Foi aí que começámos a ter sentimentos um pelo outro.

Um belo dia, ele  acompanhou-me até à minha caserna e foi aí que demos o primeiro beijo, às escondidas para não sermos apanhados, claro.

A partir daí continuámos sempre juntos, estivemos 3 anos em St.Margarida e depois pedimos transferência para Coimbra, porque, como ele era de Pombal e eu do Porto, optámos por ficar no centro.

Assim foi. Fomos para o Quartel de Coimbra, onde conhecemos a Mafalda (Titinha). Durante uns meses optámos por ficar no Quartel, mas depois decidimos dar um passo na relação, isto é, fomos morar juntos.

Passado 4 anos de tropa, o nosso tempo acabou. O contrato terminou, mas mesmo assim optámos por ficar em Coimbra. ficámos desempregados, mas durante esse tempo tirámos um curso pelo IFEP, ele de Bar e Mesa e eu de Auxiliar de Saúde.

Conseguimos encontrar trabalho nestas áreas e assim fomos levando a nossa vida, em Coimbra, com planos de comprar uma casa nossa, só que a vida passou-nos uma rasteira. No ano passado em Abril, faltavam 2 semanas para fazer anos, descobri que tinha cancro da mama. A partir daí a nossa vida mudou completamente.

Como eu tinha que começar a fazer os tratamentos o mais rápido possível, mudamos-nos para a casa dos meus pais, aqui no porto. O André nessa altura tinha aberto um negócio com um amigo nosso, mas teve que desistir desse sonho para me acompanhar. Desde então sempre acompanhou e sempre me apoiou em tudo, mesmo quando eu fiquei sem cabelo. Ele dizia que eu parecia um boneco nenuco e nunca desistiu de mim, aceita-me como eu estou, porque tive que fazer uma mastectomia total.

Durante o tempo em que fiz a quimioterapia, ele e a minha família, às escondidas, fizeram-me uma grande surpresa, deram-me um cãozinho que se chama Roby. Foi um dia super feliz para mim, porque não estava nada à espera.

Resumindo, continuo a fazer os exames de rotina. Em principio está tudo a correr bem.

Não temos um pedido de casamento, porque, no meu pensamento, como já vivemos juntos há cerca de 9 anos, a minha ideia era que não precisávamos disso. Só que a vida muda, as pessoas e as ideias também e o André sempre quis casar, por isso mudei de ideias e está na hora de lhe retribuir tudo o que fez e faz por mim.

Eu quero realizar esse sonho que ele tem, casar com ele, ter um casamento, porque ele merece”.