Jorge Gabriel está de volta às manhãs da RTP1 com o programa A Praça. Comunicador nato, é também apologista de que podemos sempre fazer melhor.
O Artur Agostinho ensinou-me que o melhor improviso é o que está escrito.
A voz a que agora conhecemos a cara começou a ganhar gosto pela área da comunicação por causa da rádio. A infância está ligada à influência do pai, cujos sonhos o ajudaram a tornar-se sistemático no trabalho.
O meu pai já tinha mais de 40 anos quando eu nasci e ele tinha muita vontade de ter um filho (…) Sempre teve muita vontade de que eu fosse aquilo que ele não conseguiu atingir… Tirar um curso superior, algo que ele pudesse dizer com orgulho à restante família, de que o filho tinha conseguido obter um diploma académico.
A mãe continua a ser uma presença marcante, especialmente depois de falecer, de quem se sente espiritualmente mais próximo: “Eu sinto a presença da minha mãe em várias circunstâncias da minha vida”.
Sobre a relação com os filhos, Jorge Gabriel admite que houve alturas em que não conseguiu acompanhar algumas idades, mas que isso é o preço da realização profissional.
Eu acho que não há vida feliz sem sacrifício (…) Acho que nós podemos olhar para a felicidade se nos esforçarmos por cumprir alguns dos parâmetros que fazem com que nós possamos ter uma vida feliz. Não acredito em vidas felizes isoladas! O Homem não foi feito para estar feliz sozinho (…) Isso implica esforço, sacrifício, lágrimas, algum sentido de revolta, de injustiça…
Jorge assume que não tem pejo em assumir quando está errado e que até é o primeiro a pedir desculpa se tiver de pedir.
Tu achas que alguém, mesmo com o meu temperamento, dispõe de lastro para conseguir impor alguma coisa numa casa que tem três mulheres?
Sobre a mulher, Filipa, Jorge Gabriel não escondeu o orgulho.
Ela é uma fantástica mãe! É uma dedicação total! Não há recompensa monetária, Não há progressão na carreira que seja comparável a ser-se mãe do modo como ela é…
Quando as filhas crescerem, terão de adaptar os seus caminhos, mas o apresentador garante que não conseguiria ter tido o avanço profissional que teve se não tivesse o suporte de Filipa.
O apresentador falou também do filho, o Duarte, que é de ideias fixas e de persecução daquilo que é o melhor para si. Decerto que fez travessuras, mas nunca ultrapassou o limite.
Ele tem honra no seu comportamento e tem orgulho por ser como é. E isso faz com que seja uma criança exemplar…
O golfe é uma nova paixão que lhe serve de terapia e o ajuda a parar o pensamento. Mas o Alentejo é também uma inspiração que lhe mora no coração a par de Porto Santo, onde até tem uma casa de férias.
Se há lugar onde eu vou passar a minha velhice é em Porto Santo, na Madeira.
O regresso às manhãs da RTP1, com a co-apresentação de Sónia Araújo, é um regresso às origens. Os dois apresentadores já têm uma ligação que faz com que tudo seja mais ágil.
Estávamos nervosos na rentrée d’A Praça… mas estávamos confiantes.