Criação do coreógrafo valenciano Marcos Morau para a companhia espanhola La Veronal
Uma jornada misteriosa no meio da Sibéria, evocando a estética dos anos de 1980 na União Soviética, ilustrada por um fluxo de imagens da época dos filmes mudos, com música de Tchaikovski, Stravinski e North Howling.
«As nossas relações não acontecem porque queremos que elas aconteçam, porque as desejamos. Elas não acontecem por querermos ter prazer com esses relacionamentos, acontecem porque estamos com medo.» Andrei Tarkovsky
O lago Baikal, situado na região sul da Sibéria, é o lago mais profundo do planeta. O seu volume de água é tal que, se fosse derramado na superfície terrestre, esta ficaria coberta com vinte centímetros de altura. “Rússia” é uma imagem em movimento, uma viagem de carro até ao lago Baikal.
Os protagonistas têm à sua frente uma estrada que desaparece na floresta. Há neve. “Rússia” é grande e desconhecida. Eles são obrigados a ficar juntos, fechados no interior do veículo. Passam a noite a escutar programas de rádio. A estrada leva-os a estar cada vez mais perto do lago no entanto nunca chegam a vê-lo. Desde o início, “Rússia” nasce com a vontade de nunca acabar.
Resolutamente coreográfico, este espectáculo da La Veronal coreografado por Marcos Morau reúne artistas surpreendentes pelo seu domínio e criatividade, tanto no campo da dança como nas outras disciplinas de cena.
“Rússia” é a representação geográfica do medo.