Como se faz o Folar de Chaves?

  • Em primeiro lugar preparam-se as carnes, cortando-as em pedaços;
  • Seguidamente dilui-se o fermento num pouco de água morna e adiciona-se o sal;
  • Amassa-se a farinha com o fermento previamente diluído em água, o azeite, a manteiga e a banha;
  • Depois de obter uma massa consistente, deixa-se levedar num local ameno, durante aproximadamente duas horas;
  • Volta-se a tender a massa para a rechear com as carnes previamente cortadas;
  • Forma-se uma bola, procurando manter as carnes no interior e leva-se ao forno.

O folar produzido pela empresa Prazeres da Terra foi considerado o melhor pão da Páscoa salgado de Portugal, conquistando duas medalhas de ouro nos concursos nacionais “O Melhor Folar e Pão-de-ló de Portugal”, promovido pela Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares (ACIP), e “Concurso Nacional de Pão, Broas, Folares e Bolas Tradicionais Portuguesas”, dinamizado pelo Centro Nacional de Exposições de Santarém e pela Qualifica.

O Folar de Chaves é um produto de panificação/pastelaria, confecionado com farinha de trigo, ovos e gorduras (azeite, banha de porco, manteiga e, excecionalmente margarina de origem vegetal), recheado com carnes fumadas de porco (salpicão, linguiça e presunto de Chaves, pá e barriga de porco salgadas e/ou fumadas). Apresenta uma forma retangular com ângulos arredondados e uma superfície superior marcada por um característico sulco de união da massa. A cor externa varia entre o amarelo e o castanho claro, apresentando ao corte uma massa alveolada, de cor amarelada, entremeada pelas carnes. O sabor da massa ligeiramente salgada e gordurosa distingue-se nitidamente das porções que integram as carnes, as quais não perdem as características sápidas originais.

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O Folar representa o pão tradicional da Páscoa do povo português, símbolo de partilha, solidariedade e confraternização, profundamente carregado de significado simbólico e religioso. Esta ancestral iguaria resulta da mistura ritual e alquímica de água, sal, ovos e farinha de trigo. A forma, o conteúdo e o segredo da confecção, varia de região para região, assumindo os mais variados formatos e sabores. As características únicas do Folar de Chaves atribuem-se não só ao “saber fazer” tão próprio da gente desta região, que consegue uma perfeita harmonia entre todos os ingredientes, mas também à qualidade excepcional das carnes que o completam.

A ancestralidade do Folar de Chaves perde-se completamente no tempo. Deste facto é exemplo um artigo publicado no “Flaviense Semanário Republicano Independente” de 11 de Abril de 1915, onde o autor, J. Sotto Maior, de forma um pouco burlesca compara a antiguidade do folar ao da própria digestão.

Prazeres da Terra