Nuno Feist e Nuno Marques da Silva fazem equipa nas lides do Festival da Canção já há alguns anos. Nesta edição convidaram como intérprete Yola Dinis, fadista de coração. Canta quase todas as noites no Café Luso no Bairro Alto, o mesmo local onde Amália Rodrigues deu os primeiros passos como fadista e onde ainda hoje Celeste Rodrigues, irmã da diva do fado, continua a cantar.
“Outra Vez Primavera” será a canção nº4, interpretada na 1ª Semifinal, dia 3 de março, mas promete ser uma canção com um ritmo diferente do tema apresentado pela dupla em 2014 pela voz de Raquel Tavares e de um grupo de coros.
“A canção do ano passado tinha uma velocidade alucinante, que nem tempo havia para respirar. Este ano optámos pela Yola que abre a voz e vai tudo à frente“, explica Nuno Feist.
Embora não tenham vencido, Nuno Feist e Nuno Marques da Silva regressam sempre ao Festival com novo fôlego.
“O grande amor que temos pelo verdadeiro festival da canção é o que nos faz voltar a concorrer todos os anos. Eu acho que o festival antigamente era um encontro de profissionais do campo, era uma altura para fazer um showcase do nosso trabalho, do mais variado que houvesse, era tempo de os grandes nomes em Portugal se reunirem para proporem uma canção para nos representar lá fora“, afirma Feist. É essa vontade de regressar àquilo que consideram ser o cerne deste espetáculo que não lhe tira a motivação.
Yola Dinis nunca pensou ser convidada para o festival da canção. “Mas não foi uma coisa que eu tivesse de pensar duas vezes, é logo um sim redondo. Ainda para mais sendo convidada pelas pessoas que são, Nuno Feist e Nuno Marques da Silva, que eu adoro e que são muito bons“.
Sobre as suas raízes de fadista, quisemos saber se considera que o fado é o género capaz de arrecadar fãs na Eurovisão. Mas nem a intérprete nem os compositores confirmaram se de facto haverá fado neste “Outra Vez Primavera”:
“Eu acho que as pessoas vão ver um bocadinho de fado na intérprete que eu sou e não tanto na música. Uma canção cantada por uma fadista pode parecer um fado e não ser um fado. Isto tem a ver com a calma, com o estado de espírito, não tem a ver com o rótulo de fado. O fado é a alma do povo“, sublinhou Yola.