Gonçalo Madaíl, Nuno Artur Silva, Rui Pêgo e Daniel Deusdado reuniram os vinte e seis compositores no auditório da RTP para lhes dar a conhecer os pares com quem vão concorrer na próxima edição do Festival da Canção.
Nuno Artur Silva – administração RTP – começou por dar as boas-vindas aos compositores e por recordar a conversa que teve com os compositores da edição de 2017, da qual saiu vencedora a canção “Amar pelos Dois”, que acabaria por ganhar o Eurovision Song Contest.
O nosso esforço é fazer com que a variedade, a riqueza da música pop portuguesa esteja no festival. Porque isto, muito para além de uma competição, é uma mostra da vitalidade da música portuguesa. Se a RTP puder contribuir nas suas três valências – rádio, televisão e multimédia – para essa promoção, melhor.
Nuno Artur Silva afiançou que a missão do serviço público continua a ser dar lugar para a expressão total da diversidade que faz a força da música nacional e que garante a sua genuinidade e a torna única.
O Festival da Canção é uma peça fundamental na estratégia ampla da RTP de dar lugar à música em Portugal.
A equipa diretiva que organizou esta edição continua a contar com Henrique Amaro e Nuno Galopim como consultores. Mas foi o entusiasmo de tantos novos e consagrados compositores que possibilitou a reunião de vinte e seis profissionais que quiseram deixar também o seu cunho na história do certame.
Gonçalo Madaíl – subdiretor de Programas da RTP1 e diretor da RTP Memória – fez questão de mostrar aos compositores presentes todo o caminho que foi feito do Festival até à vitória na Eurovisão, pelo Salvador Sobral, com apoio, conselho e entusiasmo da parte da equipa RTP.
Apesar de muitos conselhos e ideias externas, o que nos limitámos a fazer foi a promover a integridade artística da atuação do Salvador. Não quisemos que todo o aparato da Eurovisão corrompesse a simplicidade da performance que tinha funcionado cá (…) O Festival da edição passada foi carregado de ética e civismo.
Recordou por exemplo o momento em que uma comunidade online quis revoltar-se contra Nuno Markl por este conhecer alguns dos compositores e a resolução do assunto: os compositores, que seriam os possíveis injustiçados, foram os primeiros a dizer publicamente que estava tudo bem e que não se sentiam minimamente incomodados com o assunto.
O grupo sempre se mostrou respeitoso e curioso sobre o trabalho alheio e foi com eles e por causa deles que se conseguiu criar um Festival da Canção memorável.
Criámos uma fábrica de conchas e depois apareceu a pérola, concluiu Gonçalo Madaíl.
Este ano, para além dos 22 compositores convidados pela RTP, surgem três novos lugares, resultantes do escrutínio de um júri ligado à Antena1. Rui Pêgo – diretor de programas da rádio – sublinhou o poder da rádio na história da música portuguesa e tornou evidente e incontornável o envolvimento deste meio numa seleção deste género.
Todos os compositores serão responsáveis pela escolha de um intérprete – caso queiram, poderão assumir-se também como cantores do tema que elaborarem. Como aconteceu com Márcia ou Celina da Piedade, na edição passada.
A diversidade é o foco principal desta nova edição do Festival da Canção que tem nas suas fileiras compositores que vão do pop ao fado, passando pela eletrónica e pelo rap. Os nomes lançados podem ser mais ou menos conhecidos, mas com o tempo todos saberemos cada vez mais sobre estas sonoridades que brevemente nos farão mais felizes.