A história de uma artista excecional, livre e transgressora, uma das melhores bailarinas e coreógrafas de Flamenco.
Diante de nós coloca-se um dilema vital: há vozes que fazem avançar o mundo e outras que o sufocam e impedem de mudar. Temos de decidir, a cada dia, que vozes escutamos. Sara Baras (San Fernando, Cádiz, 1971), exemplifica ao longo da sua vida e obra este dilema universal. Artista transgressora, livre, adorada e questionada dentro de um mundo tão tradicional como o do Flamenco, enfrenta na sua maturidade a criação de um espetáculo sobre este debate: arriscar ou vergar-se perante um mundo cinzento.
Em três semanas, cria Voces dedicado àqueles artistas que foram revolucionários e criticados na sua época, e ainda hoje o são. Uma celebração a Paco de Lucía, Antonio Gades, Camarón de la Isla e Enrique Morente. Tudo com um valor universal (trabalho, liberdade, alegria, inconformismo) aplicável à vida de qualquer pessoa.
Durante a digressão mundial do espetáculo pela França, México, Japão e Estados Unidos, conhecemos Sara Baras, a sua arte, a sua personalidade, os seus valores e descobrimos, muito para além do flamenco, que cada um de nós deve decidir, no seu dia-a-dia, que vozes escuta, se sucumbe ao mundo estabelecido ou decide mudá-lo.
Sara Baras foi galardoada com o Prémio Nacional de Dança 2003, o Prémio Flamenco Hoy para a melhor bailarina de 2007, atribuído pela associação de críticos de flamenco, e ainda com o Prémio APDE (Associação de Professores de Dança Espanhola), em reconhecimento pelo seu trabalho em prol do ensino e da divulgação da dança, entre outros galardões.