Rubrica de Luís Henrique Pereira

É o maior lagarto da Península Ibérica e chega a viver 20 anos.

O homem tem sido o maior inimigo desta espécie e o motivo principal do seu declínio. Estes lagartos sofrem uma enorme taxa de mortalidade por atropelamento, uma vez que usam muitas vezes as estradas que lhes cortam os corredores ecológicos e também para receberem mais diretamente o calor do sol.

“Ao contrário de muitas lentas ancestrais, o Sardão é um animal completamente inofensivo para o ser humano. Pode mordiscar sim, se for apanhado por mãos menos delicadas, mas não é venenoso e não é perigoso para nós. Gosta muito de sol e gosta também de tranquilidade.”

O dorso é verde e amarelado, com manchas escuras. Nos flancos apresenta 3 ou 4 filas de manchas azuis (ocelos) por vezes rodeadas de preto. A cauda tem a mesma coloração do corpo excepto quando se trata de uma cauda regenerada (estes lagartos podem soltar a cauda se se sentirem ameaçados, após o que a cauda volta a crescer, regenerando-se). O ventre é esbranquiçado ou amarelado.

“Durante a captação de imagem, foi interessante observar os comportamentos de dominância, os comportamentos relacionados com a alimentação, com a procura e a adaptação aos esconderijos/abrigos, desta espécie, muito espalhada pelo nosso território.”

Os machos são diferentes das fêmeas.Têm a cabeça mais larga e o início da cauda também mais alargado.


Ora este réptil de tamanho considerável é abundante em zonas isoladas, áridas e campestres, mas não só.

“Este apontamento documental teve como principal “missão” mostrar que há vida selvagem nas chamadas “selvas urbanas”.
A equipa do Vida Animal da RTP teve, tal como em situações semelhantes, de ter o máximo cuidado na aproximação a esta comunidade de Sardões, não pelo medo dos animais mas pelo receio de perturbar a pequena colónia. É curioso verificar que estes lagartos de enorme beleza e astúcia, encontram lar confortável não só nos meios rurais, mas também em algumas localidades dentro das cidades sejam elas grandes ou pequenas.”

A equipa do “Vida Animal em Portugal e no Mundo” encontrou uma “célula familiar” da espécie numa zona urbana muito frequentada pelo homem.

 

Veja ainda:
RTP Play – VER PROGRAMA – O Sardão

Relacionados