A atriz falou sobre humor, sobre a infância e a relação com a filha

Maria Rueff estreou-se em televisão como atriz na RTP e deu corpo a personagens que nunca nos saem da memória.

Esta semana falou com Sílvia Alberto sobre o seu percurso profissional e sobre como são as mulheres encaradas no humor, mas também abriu o coração sobre a infância.

O humor é contrapoder. Muito devagarinho, o poder vai indo para as mãos de algumas mulheres. É a arte do ridículo, que desfigura as coisas, que põe a lupa no defeito e por isso teres uma mulher que se apresenta à sociedade de bigode ou desfigurada ou a fazer caretas ainda não é uma coisa muito fácil. Ninguém quer ser o namorado da gaja que diz asneirolas…

Maria Rueff falou da família que se criou por intermédio de Herman José, dos colegas e do que é necessário para fazer as personagens que dão a conhecer os atores.

Isto é uma arte muito séria, que implica um estudo exaustivo dos tiques, implica muita cultura. Porque se eu fizer uma mulher da beira-alta, mesmo que seja em caricatura, eu tenho a obrigação de lhe perceber a alma. E para isso é preciso conhecer os tiques, os sotaques, qual é a dificuldade ou não que têm na vida… Não basta ser só o engraçado de café e contar anedotas a dois ou três amigos.

A atriz contou ainda alguns segredos da peça que tem em cena com Joaquim Monchique – “Lar Doce Lar”..

Veio de África com dois anos e partilhou com Sílvia Alberto como essa realidade foi dura mas lhe deu uma ideia de sobrevivência e de novos valores.

O que me preocupa é saber que agora as pessoas, com esta crise, já nem têm a quem pedir. Mas sou muito grata a tudo o que foi espinhoso na minha vida, porque acho que foi tudo isso que me fez o que sou.

Maria Rueff cora ainda quando tem de se chamar artista. Considera-se tímida e algo séria, mas é a filha que a ensina a relaxar.
Vale a pena ver a entrevista completa.

Relacionados