O homem do atletismo da RTP, em entrevista. Começou como atleta, especialista no lançamento de disco.

O presidente da Federação Portuguesa de Atletismo disse antes dos Campeonatos que era expectável que Portugal trouxesse entre 1 a 3 medalhas.

"As previsões do presidente da FPA quanto a medalhas eram equilibradas e tinham em conta a situação geral de Portugal no contexto atlético atual. Eu próprio acreditava que Portugal traria de volta 4 a 5 medalhas, mas, como se vê, também me enganei."

Destaca algum atleta português este ano?
"Há vários atletas portugueses a destacar este ano pela positiva e pela negativa, mesmo para além da medalha da Jéssica Augusto na maratona – que sucede a uma excelente presença dela na maratona de Londres em abril. Com a superação de um período problemático de lesões, julgo que o Nelson Évora ainda deverá ser o atleta a merecer maior destaque. Não porque tenha voltado aos grandes momentos, mas pelo facto de não se ter voltado a lesionar. É crucial para voltar a ganhar confiança para os Mundiais do ano que vem e os Jogos do Rio de Janeiro."

Foto: sicnoticias.sapo.pt
Há anos que comenta as emissões de atletismo na RTP. Sente que as pessoas sabem quem o Luís é?
"Mesmo no meio atlético há muita gente que sabe o meu nome mas não me reconhece se me vir ao pé. Isto alarga-se exponencialmente se nos referirmos às pessoas em geral. Em Portugal, só são realmente conhecidos os que aparecem na TV. Por muito que custe, temos o público que temos."

Imagina-se a passar um grande campeonato de atletismo sem lá estar?
"Custa muito não estar "por dentro" dos eventos, ou seja, da nossa maneira, também participar. Porém, não comentar permite fruir e memorizar melhor o evento; o que, para mim, que tenho a mania das recordações e da história, e a noção aguda da finitude de cada momento, sobretudo se for de prazer ou deleite por grandes performances, é também importante."

Foto: www.tamegasousa.pt
Imaginava-se a comentar qualquer outro desporto?
"Claro, eu vou comentando outros desportos.
Gostaria muito e o fazer no hóquei, que é um desporto que adoro. 
Mas sou sincero quando falo nas transmissões de atletismo em espetáculo, beleza, emoção. Não é só um jogo, é a medição do homem dos seus limites (de velocidade, resistência, impulsão, força).
Por tudo isto, não há desporto que chegue sequer aos calcanhares do atletismo e então, se comparados, o futebol torna-se um espectáculo de uma pobreza confrangedora."

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