Joana Pais de Brito é a mais nova atriz de Donos Disto Tudo (DDT).
Conhecemo-la este ano, no renovado Agora Escolha, mas foram as interpretações de Ana Malhoa e Cristina Ferreira no DDT que a deixaram nas bocas do mundo.
Apesar disso, prefere não ter os holofotes virados para si.
“Não estava habituada [a entrevistas] nem estou. Não tenho muito jeito para entrevistas. É positivo as pessoas quererem saber; gosto de falar sobre o trabalho, mas é estranho.”
A interpretação que faz num sketch da cantora Ana Malhoa chamou muitas atenções.
“Eu sigo a Ana Malhoa há muitos anos, já fui a concertos dela e posso dizer que é espetacular. A capacidade dela de concentrar as pessoas, de as ligar a ela, é impressionante. Eu admiro-a como performer, é uma bomba em palco.”
Nem Cristina Ferreira se livrou de uma sátira dos DDT.
“São figuras que estão muito expostas ao público. Neste tipo de humor – mais de caricatura, que é muito o do DDT – toda a gente que tem características específicas e que está muito exposto, é apanhado na teia.”
No caso de Ana Malhoa e Cristina Ferreira, eram personagens que Joana já tinha “guardadas”.
“Eu própria sugeri… se quiserem, tenho isto à disposição. Mas quando isso não acontece, há um texto que já vem com certas definições, depois nós [os atores] juntamos as nossas, o realizador junta as dele e depois faz-se um conjunto. Está sempre em movimento.”
Apesar do sucesso das interpretações, Joana prefere descolar-se de personagens reais.
“Eu gosto muito, até prefiro, um registo mais discreto de personagens que não personalidades, que não são a chamada imitação – que nunca é imitação, é sempre interpretação. Dá-me mais gozo criar personagens, por cima do texto fazer também a minha criação.”
Já fazia televisão há 2 anos, no canal Q, quando foi convidada a fazer parte do projeto Agora Escolha, este ano.
“A RTP chega a mais pessoas. A passagem para a RTP foi uma surpresa e tem sido muito bom, tem sido um ano muito importante profissionalmente. Adoro o trabalho que faço na RTP.”
Em televisão, estreou-se com o programa Camada de Nervos, no Canal Q, na comédia, mas não se limita a géneros.
“Não me considero uma atriz de comédia, nem tão pouco comediante. Comecei a fazer televisão com comédia. Uma coisa leva a outra e continuei a fazer comédia. Tenho um amor igual aos 2 géneros.”
No elenco de DDT, é a mais jovem. O grupo de atores e argumentistas manteve-se praticamente igual desde o programa Estado de Graça.
“Foi uma junção um bocadinho inovadora, porque eles trabalham juntos há muitos anos e conhecem-se muito bem. Mas adaptámo-nos. Está a correr muito bem!”
“O ambiente é muito intenso, temos de gravar muita coisa e estamos sempre a tentar encontrar tempo para ensaiar. As caracterizações demoram muito tempo, não só as minhas.”
Joana Pais de Brito garante que, para ela, “trabalho é trabalho, não tem a ver com a escala do canal ou do público”.
Para a atriz, as audiências só importam na medida em que “permitem que aquele programa se mantenha ou não no ar”.
Foto: Inês Espojeira
Texto : Inês Espojeira