Documentário de Jorge Paixão da Costa que homenageia José Jorge Duarte e o seu programa “5 minutos de Jazz”.
«Apareceram cá em casa uns homens que me propuseram pôr a minha vida em imagem. Não é que eu seja vaidoso, até tenho altos complexos em relação a mim próprio. Aceitei. Ouvi dizer que este ano irá para o ar, na RTP, não sei em que canal. E depois vai para a despensa, para ser arrumado.» José Duarte
Em fevereiro de 2018 um programa de rádio português e diário celebrou 52 anos de existência. O protagonista desse acontecimento, José Duarte, dedicou uma vida à divulgação do Jazz, um género musical por muitos considerado impopular, desconhecido, niilista e profano. O que terá motivado um cidadão de um pequeno país amante de outras tradições musicais a alimentar um programa chamado “5 minutos de Jazz” durante mais de cinco décadas?
Com realização de Jorge Paixão da Costa, este documentário pretende ilustrar e homenagear algo único, impressionante e insólito para um Portugal fora do circuito do Jazz e para os portugueses que sem os “5 minutos de jazz” diários, sem o Jazzé Duarte, não teriam a oportunidade de apreciar e reconhecer esta música.
José Duarte nasceu no Bairro Alto em 1938. Vinte anos depois, foi fundador do Clube Universitário de Jazz de Lisboa. Nesse mesmo ano de 1958 iniciou a sua atividade na rádio, com o programa “Jazz, Esse Desconhecido”, na Rádio Universidade.
A atividade de divulgação e educação para o Jazz tem prosseguido até hoje, com destaque para o lendário “5 Minutos de Jazz”, nascido na Rádio Renascença em 1966 (onde ficou até 1975), depois na Rádio Comercial (1984-1993) e agora na Antena 1 (desde 1993). Os programas “Pão com Manteiga”, “À Volta da Meia-Noite” e “Abandajazz” (todos na Rádio Comercial), “A Menina Dança” (desde 1989 e na RTP Antena 1 desde 1993) e “Jazz Com Brancas” (na Antena 2 desde 2006), acompanhados por programas televisivos na RTP2, “Outras Músicas” (1990-1993) e “Jazz a Preto e Branco” (2001), completam este seu lado da vida.
«Acho que não estou mal [no filme]. Conheci-me por fora. Porque um homem, quando vive com ele, conhece-se bem por dentro mas por fora é que não se conhece nada. Tenho costas largas, e curvas, e sou lento. Lento é intencional, para não cair, para ter tempo de me equilibrar. De resto, não ficou nada de essencial por dizer, porque andámos praticamente dois anos para fazer aqueles 50 minutos.» José Duarte