Já lá vão 8 anos de Hora do Sexo. 8 anos em que a Antena3 emite, diariamente, um programa sobre sexo e com resposta a dúvidas de ouvintes. Tal longevidade conseguida por quem? Raquel Bulha, radialista, e Quintino Aires, psicólogo.
Quintino Aires (QA): “A receita é trabalhar com alguém brilhante do ponto de vista intelectual e brilhante em termos de liberdade interior, e completamente apaixonada por aquiulo que faz.”
Raquel Bulha (RB): “E eu tive a sorte de ouvir o Quintino Aires e dizer «é esta pessoa, nem quero ouvir mais». E não o conhecia. Às vezes temos de seguir o nosso instinto e o nosso poder de simplificar as coisas. E o segredo é também a motivação e acreditar que estamos sempre a aprender com a pessoa com quem estamos. E é o que eu tenho feito mais. Tenho tido aulas diárias, ao longo destes anos, sou uma privilegiada.”
A vossa relação também ajuda a que o programa corra bem…
QA: “Sim. A nossa relação pode exemplificar-se com isto: hoje tínhamos tempo para gravar 4 semanas de programa, e vímo-nos aflitos para gravar 1 semana… e esta é a beleza. Quando nos encontramos é um espaço muito especial; a nossa relação tamém se percebe pelo quanto nos sabe bem conversar e estar um com o outro. E temos muita confiança um no outro.”
Os ouvintes têm um papel fulcral no programa: é a partir das suas mensagens que as conversas se desenrolam. E dar-lhes cada vez mais importância foi uma evolução natural da Hora do Sexo.
QA. “O programa começou por ser conversa sobre temas, sobre sexo, afetos. E, a certa altura, a quantidade de emails, de partilhas, era tanta que, no fundo, o formato do programa passou a a ser o que os ouvintes fizeram. E nós fomos sendo levados pelos ouvintes.”
Num tema como sexo, a abertura para partilhar situações ou histórias é sempre moderada. Para tentar contrabalançar, o anonimato é usado em todas as mensagens lidas na rádio.
RB: “Assim fica mais no abstrato; tentamos, com um exemplo prático, falar de forma a atingirmos várias pessoas.”
QA: “E até facilita a identificação dos outros, que rapidamente se reconhecem naquelas histórias.”
A própria Raquel Bulha admite ser uma fã incondicional do programa, capaz de enviar um email para sexo@rtp.pt.
“Claro que sim! Sou uma pessoa, uma ouvinte atenta e uma acérrima fã da Hora do Sexo. Não propriamente de mim, mas daquilo que nós criámos.”
Acima de tudo, Raquel Bulha e Quintino Aires acreditam que a Hora do Sexo é serviço público.
RB: “A Hora do Sexo é o serviço público! Sobretudo esta liberdade que o Quintino tem, e o não ter receio de dar a sua opinião… com ele eu tenho conseguido alguma liberdade nesse sentido, e isso tem sido uma mais valia. E sendo uma mais valia para nós passa para os ouvintes. Essa liberdade de pensamento é fundamental. A Hora do Sexo é uma coisa espontânea, não é formatada, e por isso é que também é serviço público.”
Pode ouvir a Hora do Sexo na Antena3, às 11:20 e às 17:20, ou online no RTP Play.