A vida misteriosa do cineasta errante italiano Rino Lupo, figura singular do cinema em Portugal
Cineasta singular, a melhor história do italiano Rino Lupo foi a sua própria vida. Sete países, três pseudónimos, duas famílias, Rino, filme após filme, foi alguém que fez o oposto do que a sociedade esperava. Um contador de histórias com uma veia rebelde, um realizador irrequieto com sentido de aventura mas acima de tudo um sonhador ambicioso.
Mas quem foi afinal Cesare Rino Lupo? E como é que um personagem tão extraordinário caiu em tal esquecimento?
Artista único e invulgar, e um dos pioneiros do cinema europeu, a obra de Lupo acompanhou de perto a história do nascimento do Cinema. Realizou alguns dos melhores filmes mudos em Portugal, como “Mulheres da Beira” (1922), “Os Lobos” (1923) ou “O Diabo em Lisboa” (1928, com a estreante Beatriz Costa, mas que ficou inacabado), e desapareceu misteriosamente no início dos anos de 1930.
De Roma (onde nasceu a 15 de Fevereiro de 1884) a Berlim, de Paris a Moscovo, de Varsóvia a Lisboa, o documentário de Pedro Lino refaz o percurso deste “camaleão” do Cinema, misturando filmes e fotografias de arquivo com a realidade atual. Através do seu percurso fora do comum, resgatamos memórias esquecidas das primeiras décadas da Sétima Arte e a vida de alguém que nunca desistiu dos seus sonhos.