A RTP2 convida a ficar em casa e à proteção de todos com a exibição das obras ‘Nascido para matar’, ‘Lolita’, ‘2001: Odisseia no Espaço’ e ‘Laranja Mecânica’, obras marcantes de um dos maiores cineastas de sempre.
Full Metal Jacket – Nascido para matar (1987): Baseado em romance ‘The Short Timers’, de Gustav Hasford, é considerado um dos filmes mais marcantes sobre a guerra do Vietname.
Na ilha de Paris, o sargento Hartman (Ronald Lee Ermey) não deixa nada ao acaso quando se trata de transformar jovens recrutas em soldados implacáveis. As semanas de treino militar são violentas e brutais, porém o destino dos jovens é ainda pior: a Guerra do Vietname. Pyle (Vincent D’Onofrio), um jovem incapaz de cumprir as exigências do sargento, é vítima das piores humilhações e agressões até ao dia em que o pior acontece…
Os seus camaradas acabam no Vietname no meio da sangrenta Ofensiva do Tet, em Hué em 1968, onde vão descobrir que a guerra é muito pior que os seus mais inquietantes receios. O soldado James ‘Joker’ Davis (Matthew Modine), em funções no jornal do exército americano – Stars and Stripes, é o nosso guia no Vietname. Durante a famosa Ofensiva do Tet, Joker tem a oportunidade de estar em combate, onde reencontra o antigo companheiro ‘Cowboy’ Evans.
Acompanhando a odisseia de um grupo de jovens soldados americanos, da recruta na ilha de Paris até à sangrenta Ofensiva do Tet, ‘Nascido para Matar’ poderia ser mais uma boa história de camaradagem, heroísmo e sacrifício no Vietname. Porém, é um filme de Kubrick e a vulgaridade nunca fez parte da sua obra. Trata-se, desde logo, de um filme com um portentoso tratamento visual, do trabalho de câmara à montagem, passando pelo tratamento da cor e da luz. Com o realismo brutal de um documentário, o cineasta cria uma autêntica parábola sobre a perversão dos homens em guerra, sobre a fantástica máquina de condicionamento militar e, sobretudo, sobre o processo de desumanização que ela produz.
O filme termina com os fuzileiros a entoar uma animada canção sobre o rato Mickey, mas logo em seguida, durante os créditos finais, é possível ouvir a sombria ‘Paint it Black’, dos Rolling Stones.
Lolita (1962) – Filme que adapta o polémico romance de Vladimir Nabokov (1899-1977) sobre um amor proibido.
Humbert Humbert (James Mason), um erudito professor universitário britânico de literatura francesa, vai trabalhar para uma pequena cidade nos Estados Unidos onde aluga um quarto à viúva Charlotte Haze (Shelly Winters). Obcecado pela sua filha Lolita (Sue Lyon), de 14 anos de idade, Humbert casa com Charlotte para estar perto da rapariga.
Mas a mulher descobre as intenções secretas do marido. Quando Charlotte morre atropelada, Humbert fica com o caminho livre para perseguir a sua obsessão pela enteada adolescente. Incapaz de controlar a luxúria, Humbert seduz Lolita mas algo acontece que pode prejudicar os seus planos.
Laranja Mecânica (1971): Adaptação do romance homónimo de Anthony Burgess, o mais violento dos filmes de Kubrick.
Uma obra que continua atual, cuja história é passada num futuro próximo, interpretação visual de uma anarquia sádica e do cinismo profundo do poder governamental.
Alex (Malcolm McDowell), é um carismático sociopata cujos interesses se resumem à música clássica (especialmente Beethoven), abuso sexual e o que o próprio chama de ‘ultraviolência’. Ele lidera um pequeno grupo de delinquentes, Pete (Michael Tarn), Georgie (James Marcus), e Dim (Warren Clarke), a quem ele chama os seus ‘drugues’ (da palavra russa друг, “amigo”, “camarada”). Numa noite, Alex é detido pela polícia. Para diminuir a pena de prisão concorda em ser utilizado como cobaia numa experiência do Ministro do Interior – a ‘Ludovico’ – que tem como objetivo recuperar criminosos através de um tratamento médico pouco ortodoxo.
A terapia que não é mais do que uma rápida cura para uma sociedade constantemente ameaçada pelo mal, mas que vai trazer alguns problemas de identidade.