Não Perca: Sábado, 21 de Agosto às 22:15, na RTP2

Surpreendente versão da ópera de Mozart pela Companhia Isango Portobello, da África do Sul. 

 

Inspirada num conto oriental, A Flauta Mágica é a história das aventuras do príncipe Tamino que, acompanhado pelo receoso passarinheiro Papageno, procura libertar a jovem Pamina, filha da Rainha da Noite, raptada pelo mago Sarastro. Depois de muitas provações, Tamino consegue finalmente juntar-se à jovem por quem entretanto se apaixonou.

Baseada no libreto original e na partitura de Mozart (1756-1791), Die Zauberflöte (Impempe Yomlingo, em sul-africano) é interpretada por elementos da Companhia Isango Portobello da África do Sul envergando trajes folclóricos. Nesta nova versão, a orquestra sinfónica é substituída por marimbas, percussões e coros africanos. A história está localizada numa região onde são utilizadas vários idiomas falados na África do Sul (incluindo o inglês).

 

 

Do encontro entre o produtor Eric Abraham e o encenador britânico Mark Dornford-May, radicado na África do Sul, nasceu a ideia de criar uma companhia composta por atores e cantores negros sul-africanos. Daí surgiu a Companhia Isango Portobello que, apesar das dificuldades, tem levado à cena diversas produções. Uma das primeiras, inesperada e cativante, foi este A Flauta Mágica, que estreou no Teatro Baxter na Cidade do Cabo antes de triunfar no Young Vic em Londres e ganhar o prémio Laurence Olivier, em 2008.

 

«Na tradição Tsonga, o relâmpago é causado por pássaros chamados ndlati. Estas aves de plumagem colorida vivem nas altas montanhas. Quando uma tempestade se forma, elas voam e furam as nuvens que, ao derramar, causam morte e fogo. A única maneira de evitar a destruição é encontrar alguém, suficientemente corajoso, que nesse momento suba às montanhas. Tocando uma flauta encantada, ele conseguirá desviar os pássaros, o que salva o músico e os seus parentes. A flauta de Tsonga foi esculpida no osso de um pássaro ndlati durante uma tempestade; a flauta de Mozart também é feita enquanto “os relâmpagos se sucedem”. A única maneira de evitar a destruição é, em ambos os contos, o uso de uma flauta. É possível que esta história não tenha chegado a Mozart, mas as semelhanças não deixam de ser fascinantes. Quem sabe se talvez uma das maiores óperas europeias tenha as suas raízes e inspiração num conto folclórico sul-africano?» – Mark Dornford-May

 

Ficha Técnica

Título Original

Impempe Yomlingo

Composição

Wolfgang Amadeus Mozart

Adaptação e Encenação

Mark Dornford-May

Intérpretes

Rainha da Noite - Pauline Malefane; Pamina - Nobulumko Mngxekeza; Tamino - Mhlekazi Andy Mosiea; Papageno - Zamile Gantana; Papagena - Thozamo Mdliva; Sarastro - Simphiwe Mayeki; Monostatos - Xolani Momo

Libreto e adaptação musical

Mandisi Dyantyis, Mbali Kgosidintsi, Pauline Malefane e Nolufefe Mtshabe

Grupo de músicos, bailarinos, solistas e cantores da África do Sul Orquestra de marimbas e percussões africanas

Direção

Mandisi Dyantyis

Coreografia

Lungelo Ngamlana

Figurinos

Leigh Bishop

Ano

2018

Duração

108'

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