Popularizada por Carlos Paredes, a guitarra de Coimbra distingue-se da versão lisboeta por ter uma tessitura mais grave, um timbre distinto e uma afinação nominal, que mantém características das cítaras do Renascimento.
Este filme é uma reflexão pessoal sem restrições, onde os mais importantes construtores, a boémia, a representação das mulheres, a história coimbrã e a diversidade dos contextos culturais em que se insere a guitarra de Coimbra, popularizada por Artur e Carlos Paredes em Lisboa e no resto do mundo, têm palco.
Soraia Simões de Andrade, investigadora do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, é de Coimbra e tem uma ligação familiar e afectiva com a guitarra, nomeadamente com o modelo e a afinação de Coimbra, cuja diferença tímbrica é notória, não apenas na construção, mas na execução (tessitura mais grave que a de Lisboa).
O desafio do documentário é contar a história deste património imaterial da Coimbra popular, desde o berço até à contemporaneidade, com a ajuda de intérpretes mulheres e intérpretes homens, documentos inéditos, estudiosos, espaços de referência e… a poesia que lhe subjaz.
«Tive construtores na família, tocadores. A maioria dos músicos que tocam guitarra de Coimbra em Lisboa, como o José Manuel Neto e António Parreira, tocam a guitarra de Coimbra, mas com uma afinação de Lisboa.» Soraia Simões