A história emocionante de uma companhia de teatro formada por reclusas
Mulheres cujas vidas seguiram um rumo complexo. Mulheres confinadas dentro de quatro paredes cinzentas, em silêncio, entorpecidas. Mulheres que não podem ver os filhos crescer. Mulheres julgadas e condenadas, que se movem numa linha ténue entre a vitimização e a culpa.
Há trinta anos, em Yeserías, antiga prisão de mulheres de Madrid, Elena Cánovas, funcionária prisional e recém-licenciada em arte dramática ousou quebrar muros e levar o teatro para dentro da prisão criando, em conjunto com as prisioneiras, o grupo de “Teatro Yeses”.
Num palco improvisado, as algemas abrem-se e libertam as mãos para escrever, erguer cortinas com lençóis, costurar guarda-roupa ou inventar personagens que lhes permitem sonhar, sair para a rua e até viajar para outros países.
Elena é a timoneira. A música soa e a representação começa. Os textos e os movimentos libertam-nas do confinamento. As paredes já não são tão cinzentas ou impenetráveis como antes e permitem imaginar que um outro mundo ainda é possível.
O documentário de Miguel Forneiro conta a história desta jornada emocionante. Uma reflexão sobre a capacidade terapêutica e libertadora do teatro, que ajudou dezenas de reclusas a lidarem com as emoções e teve um papel educador essencial, fornecendo novas ferramentas e a capacidade de cuidarem de si próprias.