No ano em que se assinalam 30 anos da morte de Joly Braga Santos, a RTP2 estreia o filme de Adriano Baía Nazareth sobre a gravação de obras inéditas do compositor português pela Orquestra Filarmónica Real de Liverpool
“A Vida num Staccato” é um documentário que nos apresenta os bastidores da gravação de oito obras inéditas de Joly Braga Santos, um dos maiores compositores portugueses de obras orquestrais, reconhecido no meio da música erudita como um grande compositor, mas cuja obra tem sido pouco divulgada.
O maestro Álvaro Cassuto, à frente da Orquestra Filarmónica Real de Liverpool, gravou em estreia oito obras inéditas, incluindo a primeira peça do compositor para orquestra: a Abertura sinfónica Nº1. As Aberturas sinfónicas Nº1 e a Nº2 partilham uma estrutura comum, com temas líricos que contrastam com o sombrio Prelúdio, escrito originalmente para uma ópera trágica. A gravação inclui ainda Quatro Miniaturas, reunidas numa atraente suite, e o seu único Concerto para piano, uma obra virtuosa com uma abordagem gloriosamente anárquica ao timbre e à tonalidade.
As sessões de gravação do CD, com obras inéditas de Joly Braga Santos (1924-1988), foram o mote para dar a conhecer a dimensão artística e humana do compositor, num documentário com depoimentos de Álvaro Cassuto (maestro), Sandra Parr (diretora de planeamento artístico/RPLO), Andrew Walton (produtor), Piedade Braga Santos (historiadora), Leonor Braga Santos (violetista), Alexandre Delgado (compositor), Rui Vieira Nery (musicólogo), João Almeida (diretor da Antena 2) e
Goran Filipec (pianista).
«Joly Braga Santos foi sem sombra de dúvida o mais talentoso e brilhante compositor português do século XX. As suas seis Sinfonias, além de outras obras orquestrais, constituem um acervo inigualado de criatividade musical. Possuía um domínio técnico superlativo, capaz de abordar com sucesso as mais variadas formas musicais, desde a ópera e do bailado, da música sinfónica e de câmara, até às formas mais íntimas como o quarteto e a sonata. Internacionalmente reconhecido como sendo um dos maiores compositores portugueses de sempre, não hesito em considerá-lo o maior compositor de obras orquestrais de toda a nossa História da Música.» Maestro Álvaro Cassuto