Não sabe para onde vamos? Alice também não sabia. Só tinha a certeza de que queria chegar a um sítio qualquer…
Siga o coelho branco – e chegue a horas aos assuntos que interessam. Da cultura urbana ao ambiente, da tecnologia ao humor. Tendências, ideias e pessoas que moldam o momento e nos ajudam a pensar
Magazine semanal de cultura urbana, da autoria de Joana Stichini Vilela.
#1
De um sonho com raparigas em lingerie pixelizada, Sebastião Teixeira e Cesária Martins criaram a Maison Pixel, uma marca global que cruza videojogos, sedução e feminismo.
Entretanto, os animais empalhados voltaram a estar na moda (mas não para todos), Hugo van der Ding leva-nos a conhecer o seu palácio e tentamos todos acabar a tentar pensar em “nada”… numa experiência frustrada de “mindfulness”.
#2
Se há males que vem por bem? Bumba na Fofinha diz “sim”, mas não com o polegar. Depois de partir o dedo, a blogger passou a fazer vídeos no YouTube e tornou-se um fenómeno do humor. Como? Porquê? E agora?
Enquanto lhe damos tempo para pensar, falamos com Chiara Ferro sobre últimas refeições, mostramos o charme discreto da decadência e tentamos perceber o que faz um filósofo num ringue de kickboxing.
#3
Viver a pão e água: que privilégio, diz o filósofo do pão, Mário Rolando Peres, um dos protagonistas da revolução do pão artesanal que nos devolveu prazeres como o de uma boa côdea para trincar.
Por falar em prazeres: um cientista discorre sobre o Tinder; as Pega Monstro cantam jingles de publicidade e entramos no mundo encantado do instagrammer Wandson Lisboa.
#4
Quer começar uma discussão? Basta uma palavra: “turismo”. Tiago Salazar, o jornalista e autor de livros de viagens que trabalhou como motorista de tuc-tuc em Lisboa diz-nos de sua justiça. No Porto, Beatriz Gosta refresca-nos com frescuras. E um pouco por todo o país, Rosa Pomar mostra-nos como se recupera a tradição da lã portuguesa. Para quem só quer libertar vapor, há sempre um dos bailes mais quentes da capital e as caixas de comentários dos jornais online.
#5
Afinal o que é isto de ser diferente? Isabela Figueiredo, uma das vozes mais cruas da literatura portuguesa fala-nos de identidade, nostalgia e coragem. Da Moçambique colonial à margem Sul do Tejo. Neste diálogo entre passado, presente e futuro, o diretor do Museu Nacional de Arte Antiga debate-se com uma pergunta difícil e usa a expressão “camadão de Alzheimer”. Ficou ofendido? Temos uma outra expressão para si: “palavrinhas de lã”. Na verdade, temos várias. É só seguir o Coelho Branco.
#6
É difícil acompanhar-lhe o ritmo. Num dia, está a fazer um anúncio para a Nike, no outro uma capa para um disco de Frank Ocean, e no seguinte uma ilustração para o The New York Times. Irrequieto, impaciente e irreverente, Bráulio Amado, designer português radicado em Nova Iorque, tem como regra a indisciplina e professa o instinto como modo de estar. Recuperamos o fôlego a descobrir outras formas de lidar com a morte, a correr pela sensação de imortalidade, e a ver como Herman José renasceu no Instagram.
#7
“A ex-porteira do Lux escreveu um livro de comida para crianças.” “A atriz do Teatro Praga fala sobre o último desfile da Versace.” “A apresentadora do canal Q define-se como ‘mãe’ e ‘amotinadora’”. Tudo isto é verdade; tudo isto é Joana Barrios, a mulher dos mil ofícios e uma só cara. Depois de tudo isto, ainda há energia para percebermos o que é isso da teleofobia, um mal que aflige uma porção cada vez maior dos nossos amigos, e para homenagearmos quem cumpre sempre os planos, vamos até ao Algarve, conhecer um admirável projeto de preservação das abelhas das zonas devastadas pelos fogos nas Beiras.
#8
Há quem aspire à eternidade e quem já a tenha criado. A partir de uma composição de quatro horas, um algoritmo e uma aplicação para smartphone, o compositor André Gonçalves promete aquilo a que chama “Música Eterna” – assim haja eletricidade. Vivemos na era da técnica? Sim. Mas não só. Cristiana Felgueiras é uma “influencer” do YouTube – na comunidade do “faça-você-mesmo”. Miguel Somsen é um “influencer” do Facebook – que vive no mundo real. E os anos 80 continuam a influenciar-nos a todos. Só não percebemos bem porquê.