Partindo das memórias dos irmãos sobreviventes e das músicas de Zeca Afonso, Luís Filipe Rocha conta uma aventura familiar numa época funesta da história de Portugal
Poucos meses antes da II Guerra Mundial, uma família separa-se em Lourenço Marques: Maria vai para Timor Leste, os irmãos João e José (depois conhecido por Zeca Afonso) vão para Coimbra, para continuarem os estudos. Com o alastrar do conflito ao Pacífico e a invasão de Timor pelo Japão, as comunicações cessam e teme-se o pior. Os pais e a filha mais nova ficam detidos durante três anos num campo de concentração japonês.
Em Portugal, os irmãos acreditam que ficaram órfãos. Mas a família, que se julgava separada para sempre, reencontra-se seis anos mais tarde. A partir das memórias de Mariazinha e João, das músicas de Zeca Afonso e de cartas e fotografias resgatadas, acompanhamos a extraordinária saga de uma família numa época dramática da história de Portugal.
Dividido em duas partes, o documentário inclui depoimentos de Maria das Dores e João Afonso dos Santos e visita locais de Timor onde a família viveu, a localidade de Ermera onde passavam férias e o campo de concentração em Liquiçá. O título do documentário refere-se às rosas existentes em Ermera, um distrito do interior, cujo cheiro ainda permanece nas memórias de Maria das Dores.
«Esta é a história de uma família que teve alguma notoriedade por causa do Zeca Afonso, mas é também um pedaço da nossa história que foi ocultado e ignorado até agora. A de que houve dois campos de concentração japoneses em Timor-Leste onde estiveram portugueses.» Luís Filipe Rocha