Edgar Pêra faz uma kino-investigação sobre o acto de ver cinema, um diálogo entre diferentes tipos de espectadores: o que é mais cinema? – ver o Citizen Kane num telemóvel ou ver um jogo de futebol projectado numa sala de cinema?
O que é o Cinema da Incerteza? Quantos tipos de espanto existem? O Medo e a Crença precedem o Espanto? Quais são os direitos e deveres do espectador? Os filmes de ensaio são manifestos contra o voyeurismo? Os espectadores deveriam ser pagos? O que espanta hoje um espectador? “Espantar-se é interrogar”.
Inspirado nas palavras de Fernando Pessoa, pedindo emprestado o título ao poema homónimo de Álvaro de Campos, esta obra de Edgar Pêra (Lisboa, 1960) combina a “projeção de entrevistas (a críticos, teóricos, cineastas e cinéfilos) com ações filmadas em salas de cinema”. Eduardo Lourenço, Laura Mulvey, Olaf Moller, Augusto M. Seabra, Laura Rascaroli e Toby Miller estão entre os entrevistados que o filme reúne com o intuito de refletir sobre temas como a evolução do cinema e do seu visionamento, o conceito de espectador e de Espanto.