Tributo ao coreógrafo holandês e uma retrospetiva da dança moderna, tão emocionante quanto brilhante
Os bailados do coreógrafo holandês Hans Van Manen têm sido apresentados por dezenas de companhias no mundo inteiro. As suas coreografias revelam a preocupação com a clareza da forma, o motivo e desenvolvimento, e o interesse em questões de género e sexualidade, dramatização, conflito e paixão mais do que no ideal do romance heterossexual. Para a comemoração dos 85 anos de idade do coreógrafo, no Festival de Dança de Montpellier 2017, Van Manen selecionou três obras de diferentes fases: “Metaforen”, do período criativo inicial, o famoso “Adagio Hammerklavier” e o mais recente “Frank Bridge Variations”.
Metaforen (1965) foi uma obra polémica, que colocou pela primeira vez em palco um casal de bailarinos masculinos. A coreografia faz lembrar a dança de Balanchine, composta por formas geométricas controladas e movimentos simétricos, que exige uma execução precisa e sincronizada.
Adagio Hammerklavier (1973) é reconhecido mundialmente como um dos clássicos do século XX. Uma peça para três casais, coreografada sobre a Sonata para piano Nº29, Op.106 de Beethoven. É considerado como o bailado mais lírico e académico de Hans van Manen e traduz uma visão lúcida e analítica das oscilações emocionais que ocorrem na vida de uma pessoa comum. Ao longo da peça os sentimentos alternam entre atração e repulsa, paixão e amor não correspondido.
Franck Bridge Variations (2005) é uma coreografia genial com uma fluidez atraente que joga com o equilíbrio e o contraponto. Nove miniaturas contrastantes, de nítidas a fluidas, de apaixonadas a melancólicas, formam uma unidade que é tão natural quanto incrível.
