Um dos mais importantes pintores da segunda metade do século XX, desaparecido esta semana, num filme de Jorge Silva Melo.
Documentário sobre a obra do pintor Nikias Skapinakis a partir da exposição “Quartos “Imaginários” que em Junho de 2006 inaugurou no Museu Arpad Scenes-Vieira da Silva. Filme de Jorge Silva Melo que segue de perto o trabalho de um dos mais importantes pintores da segunda metade do século XX, nomeadamente na área do retrato.
De ascendência grega, Nikias Skapinakis nasceu em Lisboa em 1931. Frequentou o curso de arquitetura, que abandonou para se dedicar à pintura, atividade que manteve regularmente. Começou por expor em 1948, nas Exposições Gerais de Artes Plásticas, e, desde então, realizou diversas exposições individuais e participou em numerosas coletivas em Portugal e no estrangeiro.
São dele retratos cruciais como os de Almada Negreiros, Natália Correia, Joel Serrão, Abelaira e Cochofel e um dos painéis concebidos para o café “A Brasileira do Chiado”, em Lisboa, e daquilo a que ele, em certa altura, chamou Os retratos da Ausência. Além da pintura a óleo, como atividade dominante, dedicou-se à litografia, à serigrafia e à ilustração de livros.
Entre outras obras, ilustrou Quando os Lobos Uivam, de Aquilino Ribeiro e Andamento Holandês, de Vitorino Nemésio. Executou litografias para o Congresso de Psicanálise de Línguas Românicas (1968) e para o Cinquentenário do Banco Português do Atlântico (1969). Executou serigrafias para Kompass (1973) e realizou um painel em cerâmica para o Metropolitano de Lisboa, na estação de Arroios.
Morreu esta quarta-feira, 26 de Agosto, aos 89 anos. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou o trabalho do pintor uma “história em imagens do Portugal contemporâneo”, elaborada por um “oposicionista do regime”, “cosmopolita e livre”.