Filme de Jorge Paixão da Costa inspirado na biografia da pintora portuguesa que encontrou em Lisboa o palco da sua arte. Um trabalho protagonizado por Margarida Moreira.
Nasceu na índia, mas foi em Moçambique e em Paris que passou a adolescência e os tempos de escola. Maluda chegou à cinzenta Lisboa e causou furor com a sua pintura geométrica e os seus retratos. O talento único chamou a atenção das principais famílias do país, que a colocou junto dos centros de decisão.
Apaixonou-se por uma atriz 10 anos mais jovem, mas manteve a relação em segredo durante a ditadura, sob pena de perder certos privilégios e o acesso a certos meios. Porém, o 25 de Abril não lhe trouxe liberdade, condenando o amor à manutenção das aparências. A rutura amorosa, profundamente dolorosa, levou-a ao Brasil onde encontrou alguns dos seus principais clientes fugidos ao PREC.
Como paliativo para o sofrimento amoroso, começou a trabalhar com empresas e a ganhar muito dinheiro. Foi neste contexto que aceitou o desafio dos CTT de criar alguns dos selos da coleção de filatelia da empresa. Ainda assim, a vida burguesa, os reposteiros e os móveis de antiquário com que engalanou a sua casa, não lhe permitem esquecer o amor preterido até ao final da vida.
A ação do telefilme passa-se em duas décadas. Anos 70 e finais dos anos 80, tendo a sua casa em Lisboa como ponto central. “Maluda” desenvolve-se em torno de uma entrevista concedida a uma jornalista, onde a pintora discorre sobre a sua vida e obra, levando-nos a conhecer várias situações passadas, ilustrando assim melhor a sua personalidade. O pretexto para esta conversa são os selos que desenhou para os CTT e que acabariam por conquistar o Prémio Mundial para o Melhor Selo (1987 e 1989).