Estreia: Sábado, 22 de Janeiro às 22 horas, na RTP2

Bailado da coreógrafa Marlene Monteiro Freitas sobre as ambivalências do mal.

 

Para explorar as várias formas do mal, um grupo a afundar-se num mar de papel transforma-se num coro posicionado numa tribuna. O título deste trabalho de Marlene Monteiro Freitas faz várias referências à ambivalência do mal. Mal pode referir-se a uma inquietação, a um desconforto, à dor, ao sofrimento, à agonia, à mágoa, ao tormento, ao vazio, ao horror e também ao maléfico.

Entretanto, Embriaguez Divina posiciona o mal como um estado de alucinação divina, de êxtase dionisíaco. O mal assume várias formas. Surge como força determinante num elevado número de histórias, e o teatro é há muito um contexto onde é revelado e exposto.

Para alguns, a experiência do abismo do mal é um pré-requisito para a arte. George Bataille posiciona o mal e a arte em grande proximidade, como duas forças que se opõem a um mundo lícito de cálculo racional. Perceciona as crianças como seres comprometidos com o mal, revoltando-se contra um mundo adulto de convenções inibidoras.

A exaltação Divina como uma insurreição transformativa do Mal contra o Bem, convidando a quebrar com a ordem, a escapar às normalizações e a desviar do guião.

 

Ficha Técnica

Título

Mal - Embriaguez Divina

Coreografia

Marlene Monteiro Freitas

Intérpretes

Andreas Merk, Francisco Rolo, Henri 'Cookie' Lesguillier, Hsin-Yi Hsiang, Joãozinho da Costa, Mariana Tembe, Marlene Monteiro Freitas, Tónan Quito e Miguel Filipe

Desenho de luz e espaço

Yannick Fouassier

Direção de cena e adereços

André Calado

Dramaturgia

Martin Valdés-Stauber

Figurinos

Marisa Escaleira

Realização

Carlos Sá Pereira

Produção

Sofia Serpa

Ano

2021

Duração

105'