Entre 1936 e 1974, o regime do “Estado Novo” agrupou centenas de milhares de jovens numa organização oficial chamada Mocidade Portuguesa, de pendor militarista e de filiação obrigatória.
A Mocidade Portuguesa influenciou, por isso, a formação de várias gerações de portugueses, que, quisessem ou não, a ela não podiam escapar, fossem rapazes ou raparigas. A organização desdobrava-se em múltiplas facetas, desde a realização de marchas e acampamentos até à prática de inúmeras modalidades desportivas e de diversas atividades culturais. E dela se esperava que formasse os futuros quadros e dirigentes da ditadura. Era, por isso, uma espécie de escuteiros a que se somava a ideologia nacionalista do salazarismo.
Pela primeira vez, um documentário faz a história das origens e do percurso da Mocidade Portuguesa, contada pelos que nela participaram como filiados e graduados. Entre os depoimentos recolhidos em “Lá vamos, cantando e rindo…,” conta-se o de Marcelo Rebelo de Sousa, cujo pai percorreu toda a hierarquia da MP e chegou a ser, durante alguns anos, o seu máximo responsável. Um dos filhos do fundador da MP, Francisco Nobre Guedes, fala da génese da organização, que também testemunhou, visitando a Alemanha da época nazi para receber os ensinamentos da Juventude Hitleriana. Pelo seu lado, a historiadora Irene Pimentel aborda o estatuto da Mocidade Portuguesa Feminina, o ramo da organização que estava separado da sua congénere masculina.
Realização: Joaquim Vieira
Produção: Nanook
Duração: 66 minutos