Célebre clássico de Shakespeare numa versão de David Bobée que mistura teatro, circo, dança, música e vídeo.
David Bobée (Mont-Saint-Aignan, 1978) aborda a mítica peça do mais famoso dramaturgo inglês mergulhando num universo cinematográfico com um Hamlet muito contemporâneo, físico e intenso.
O pai de Hamlet, rei da Dinamarca, está morto. Uma noite o seu espetro aparece e revela ao filho que foi morto pelo seu tio. Assim, começa a história louca de Hamlet, uma história de vingança, traição e amor. Uma grande sala brilhante e fria, com azulejos pretos: será uma morgue? O interior de uma caveira? Hamlet, acrobata e comediante, sabe tanto estar no auge como dar corpo à loucura. Aqueles ao seu redor são como ele, guardas de um país que não compreende o seu caos.
E nenhuma caveira na mão de Hamlet, sobretudo nenhuma caveira, apenas alguns fragmentos de osso, um crânio explodido e exposto do qual nada resta. Nenhum romantismo. Uma vaidade sim, mas do século 21, tão violenta quanto fragmentária. David Bobee
David Bobee é um jovem e talentoso encenador. O seu modo de ver a encenação, de trazer para o palco artistas de naturezas e origens tão distintas torna o espetáculo profundamente estético, mas também vivo e vibrante. Bobee procura desenvolver um universo mais do que usar as tecnologias modernas, o que ajuda a recordar que é antes de mais um espetáculo e, se possível, um espetáculo popular. Ele estudou cinema e artes do espetáculo na Universidade de Caen, mas desde 1999, data da criação da sua companhia Rictus, está envolvido numa pesquisa teatral original. A partir do dispositivo cénico junta cenografia, escrita dramatúrgica, som, imagem e corpo misturando nas suas criações teatro, dança, circo, vídeo e luz.