Os cientistas estão a tentar salvar a biodiversidade e para isso congelam-a em biobancos. Com isto não estão apenas a desafiar a sociedade humana, mas a própria conceção de humanidade.
Os genes congelados de milhões de plantas, animais e seres humanos são armazenados em bancos de genes por todo o mundo. Dentro destas cápsulas do tempo, os genes e a informação que eles contêm reavivam velhos sonhos de ressuscitar espécies extintas, acabar com a fome no mundo ou com as doenças da humanidade. Mas os bancos de genes permitem mais do que isso. Dentro dos seus contentores as fronteiras entre as formas de vida ficam diluídas. Fungos, bactérias ou seres humanos, tudo é o mesmo para a tecnologia. Os bancos de genes levantam uma questão fundamental: o que significa ser parte da natureza na era do genoma?
O armazenamento de cada molécula de ADN no planeta torna-se agora uma possibilidade real. Salvar o ADN de toda a vida na Terra será um dos mais grandiosos projetos de pesquisa internacional das próximas décadas. A investigação da biodiversidade e do genoma desafia não apenas a nossa sociedade mas também a própria conceção da humanidade.