Uma retrospetiva da carreira da pintora norte-americana, considerada a ‘mãe’ do modernismo.
Personificação do sonho americano e de uma feminilidade radicalmente moderna, a pintora norte-americana Georgia O’Keeffe (1887-1986) conquistou um lugar especial na arte do século XX.
Nascida no Wisconsin, onde os avós húngaros e irlandeses se estabeleceram, Georgia cresceu no rancho de uma família numerosa e foi empurrada no caminho da independência por uma mãe orgulhosa e poderosa. Movida por uma vocação precoce, estudou arte em Nova Iorque antes de encontrar o seu próprio caminho criativo (“preencher o espaço de uma maneira bonita”) graças aos ensinamentos de Arthur Wesley Dow (1857-1922).
Professora de arte no Texas, vai para a Big Apple em 1918, onde o eminente galerista e fotógrafo Alfred Stieglitz exibe os seus trabalhos. Do Shelton Hotel às margens do Lago George, a artista pinta arranha-céus e flores sensuais enquanto ele a imortaliza. Os retratos e nus, captados em frente das telas, que Alfred reúne em 1921 numa exposição repleta de escândalos fazem de Georgia O’Keeffe uma estrela.
Seis anos depois, a chegada de Dorothy Norman (1905-1997), uma fotógrafa novata, à galeria de Alfred Stieglitz, lança uma sombra sobre o seu casamento. A artista refugia-se no Novo México, dividindo o tempo entre o Oriente e o Ocidente, entre o amor ferido e uma natureza consoladora.
Após o fracasso de um importante projeto e uma grave depressão, é nestas regiões desérticas que redescobre o gosto pela pintura.