Ruralidade, envelhecimento, isolamento e ligação à natureza num documentário de Anabela Moreira e João Canijo sobre Castro Laboreiro, a terra mais a Norte de Portugal.
«Os homens são como o lobo,
só lhes falta ter o rabo.
Andam de dia e de noite
na figura do diabo.»
Castro Laboreiro, a terra mais a Norte de Portugal, é um lugar cujos montes terminam numa rua sem saída. Chamam-lhe o buraco do fim do mundo. Ali vivem lado a lado lobos e homens. Os lobos saem dos seus covis para atacarem livres as presas dos homens trancados nas suas tocas. Uns e outros armadilhados dentro do grande fojo que é a vida e de onde não se pode sair vivo.
Nos últimos anos, a atriz Anabela Moreira e o realizador João Canijo têm documentado, em várias obras, as terras do Norte e do centro português (Portugal – Um Dia de Cada Vez, 2015; Diário das Beiras, 2017). Este seu mais recente filme é rodado em Castro Laboreiro, no concelho de Melgaço, e regista o quotidiano dos seus habitantes, marcado pelo isolamento, o envelhecimento, e a ligação à natureza, num território de lobos ibéricos, em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês.