Dois documentários que assinalam os 95 anos de Agustina Bessa-Luís, com realização de Adriano Nazareth Jr. e argumento e adaptação de Mónica Baldaque
As Sibilas do Passo evoca o nascimento de Agustina Bessa-Luís, a 15 de Outubro de 1922, em Vila Meã.
Uma visita a essa casa, que será o último registo memorial pois está prestes a ser vendida e naturalmente transformada, mas que ainda preserva a solenidade do vazio. Visitamos a Casa do Passo por onde passou a sua Tia Amélia, a Sibila, a grande figura da vida de Agustina, que a lançou no poço sem fundo das Letras.
Fanny e a Melancolia remete para o Porto e um Douro do século XIX, presos pela corrente do rio e dos mistérios que esconde.
Fanny Owen, uma figurinha frágil, levada pelos ventos, transformada em personagem, é amparada pela ligação sinistra de Camilo Castelo Branco e José Augusto Pinto de Magalhães; ela, o terceiro elo, que Agustina interpreta e denuncia, sem sentimento, numa aliança cerebral com Camilo, um interlocutor familiar.
Agustina e Manoel de Oliveira falam sobre a história, cada um com a sua visão. O realizador dar-lhe-á um brilho romântico, no filme Francisca.
O Círculo Literário Agustina Bessa-Luís, no âmbito das comemorações dos 95 anos da escritora, em 2017, realizou três documentários em torno de três personagens da obra da autora, que circulam entre Amarante e o Alto-Douro, romanceadas por Agustina com a lucidez de uma Sibila e o olhar de uma ave solitária, as que sobrevoam os mesmos lugares há milénios.
Os filmes, com realização de Adriano Nazareth e textos adaptados e/ou ficcionados por Mónica Baldaque a partir das obras de Agustina Bessa-Luís, dividem-se em três títulos: As Sibilas do Passo; Fanny e a Melancolia; Ema e o Prato de Figos.
«As palavras não significam nada se não forem recebidas como um eco da vontade de quem as ouve.» Agustina Bessa-Luís