Estreia: Domingo, 27 de Maio às 23:45, na RTP2

Carmen-Suite de Rodion Shchedrin pela Orquestra de Câmara Alemã de Berlim e direção de Bruno Borralhinho. Concerto integrado nos Dias da Música em Belém, festival inspirado no mundo perturbante e fantástico das pinturas de Hieronymus Bosch

 

De entre os vários “sedutores” na ópera, a cigana Carmen é porventura a mais famosa. Tal como a maioria destas personagens, acaba vítima de si própria e dos seus jogos de sedução.

Carmen, a novela de Prosper Mérimée, foi rotulada de chocante e escandalosa logo após a publicação, em 1845. Trinta anos mais tarde, Georges Bizet (1838-1875) estreia a “sua” Carmen em Paris, ópera que não foi imediatamente aceite pois continuava a chocar o público, mas que rapidamente se tornaria num dos maiores sucessos da história da ópera e numa das mais encenadas em todo o mundo.

A última ópera composta por Bizet celebra e eterniza a relação fatídica entre a sensual e voluntariosa cigana Carmen e Don José, um pacato sargento cujos códigos morais são perturbados por uma avassaladora e incontrolável paixão. Carmen incarna o paradigma da liberdade individual sem concessões e sem limites, o arquétipo da mulher independente e confiante da sua beleza e poder de sedução, impulsionada pelo desejo de viver apenas de acordo com a sua vontade e as suas próprias leis.

A ‘Carmen’ de Bizet tem conquistado gerações de admiradores. Com o passar dos anos, a ópera foi revisitada por inúmeros encenadores, compositores e até instrumentistas virtuosos, ganhando novas facetas e leituras. Numa dessas leituras, em 1971, o compositor russo Rodion Shchendrin (Moscovo, 1932) apropria-se da música de Bizet, reescreve-a a pensar na sonoridade particular da orquestra de cordas com percussão, e transporta a história para o mundo do bailado.

 

Programa:

Rodion Shchedrin (n.1932) Carmen-Suite, transcrição de excertos da ópera de Georges Bizet para orquestra de cordas e percussão

Intérpretes:

Orquestra de Câmara Alemã de Berlim
Direção de Bruno Borralhinho (Covilhã, 1982)

Gravado ao vivo no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, Lisboa, 28 de abril de 2018

 

Relacionados