A jornada fascinante de uma mãe com 94 anos de idade que enfrenta uma doença terminal e do filho que decide partilhar os últimos momentos da sua vida
Para o cineasta belga Sylvain Biegeleisen, a doença da mãe revelou-se uma oportunidade incrível e maravilhosa de realizar um filme sobre a vida, cheio de emoção e humor. As canções de Jacques Brel tocadas na guitarra, cigarros e copos de vinho misturam-se com o medo de provocar a ira do vizinho com o ruído. Não é o quarto de um estudante que procura divertir-se, mas o de uma mãe idosa que partilha os últimos momentos de vida com o filho.
Quando os médicos lhe disseram que a mãe tinha poucos dias de vida, Sylvain decidiu filmar esses derradeiros instantes. Para sua surpresa, os dias tornam-se semanas, meses cheios de humor, compreensão e ternura. Contra todas as probabilidades, a mãe decidiu não se render ao diagnóstico pessimista do médico e, na presença mágica das câmaras, concede-nos uma extraordinária lição de vida. A noção de tempo perde-se na presença desta mulher brilhante.
“Quando o médico me disse que a minha mãe, de 94 anos de idade, tinha apenas umas semanas de vida, deixei a minha casa e vim para a Bélgica para me despedir. Mas a minha mãe decidiu que ainda não estava na hora de partir. Partilhámos semanas e meses de incerteza e mistério. Dei por mim a filmar horas de conversas incríveis, situações divertidas e momentos poéticos. “É um grande desafio para ti”, diz a minha mãe no filme. “Mas tens de o fazer de uma maneira forte. Eu construo algo de futuro, não de passado!” disse ela.”
O documentário Twilight of a Life resulta num recital de poesia, humor e alegria sobre os últimos momentos de que dispomos – uma verdadeira ode à Vida! O filme venceu diversos festivais de cinema documental, em 2016, e tocou milhares de pessoas que enfrentam hoje o envelhecimento, enchendo de esperança, o coração de todos.
