Estreia: Sábado, 18 de Abril às 22:50, na RTP2

Cantata cénica de Carl Orff na versão arrebatadora do coreógrafo Claude Brumachon.

 

As canções medievais em torno da roda da fortuna, com a sublime música de Carl Orff, foram encenadas e dançadas muitas vezes. Nesta versão de Claude Brumachon, produzida para a companhia de bailado do Grande Teatro de Genebra, os homens que parecem ter escapado do “Inferno” de Dante são submetidos à inconstância do destino à medida que a roda da fortuna transforma a alegria em amargura e a esperança em angústia.

Há mais de 30 anos que o bailarino e coreógrafo francês Claude Brumachon cria obras que combinam o poder inegável do movimento, uma certa sensibilidade gestual e uma humanidade sincera e profunda. Em “Carmina Burana” junta em palco os bailarinos da companhia de bailado do Grande Teatro de Genebra, o Coro Filarmónico de Nice, o grupo vocal Syrinx, o Coro Infantil do Conservatório de Cannes e a Orquestra de Cannes, para uma versão arrebatadora da Cantata cénica de Carl Orff.

 

 

Luz e trevas, a obra gira em torno da simbólica roda da fortuna, onde alegria se transforma em amargura e esperança em tristeza. Claude Brumachon procura uma forte ressonância com o nosso tempo e os seus dramas, populações deslocadas rastejando entre a terra e o mar.

Seis deusas iniciam esta jornada em três partes e 25 quadros que percorre a História da humanidade, revelando sem concessão: amor, jogos, poder, vida, religião, prazer, embriaguez… tudo o que incita às mais valiosas paixões, reunidas numa rotina cheia de energia, sensações e virtuosismo.

 

 

Contudo, Claude Brumachon não cede aos efeitos nem a uma narrativa que pesaria na música já altamente descritiva. Apenas um esboço estético e um guião gestual básico suportam a peça, que revela a força do desejo e a tragédia de estar no mundo. Escrita a partir de poemas profanos, Carmina Burana toca uma dimensão sagrada mas onde a contradição está em todo o lado.

A diferença entre aparência e realidade dá lugar à mais burlesca e mais simbólica das encenações. Tudo é proclamado num sincronismo mágico que só a dança pode traduzir.

Uma obra-prima que simboliza o capricho e arbitrariedade que comandam a existência humana, gravada no Festival de Dança de Cannes.

 

Ficha Técnica

Título Original

Carmina Burana

Coreografia

Claude Brumachon

Música

Carl Orff

Realização

Vincent Massip

Produção

Poorhouse International

Ano

2018

Duração

65'