Bailado de extraordinária beleza e sensualidade, recriado pelo coreógrafo sueco Johan Inger, pela Companhia Nacional de Dança de Espanha
Livre, apaixonada e ardente, Carmen é a figura heróica por excelência da cultura popular espanhola. A Companhia Nacional de Dança de Espanha desafiou o conceituado coreógrafo sueco Johan Inger (Estocolmo, 1967) a criar uma nova versão da famosa ópera de Bizet. Unindo um coreógrafo do norte com uma emblemática companhia do sul, Carmen é um enorme sucesso, um mistério de sedução e violência, do amor até à morte. Num magnífico cenário de espelhos, as marcas características da mítica Carmen foram suprimidas para colocar a lenda no mundo de hoje, onde fatos substituem a roupa dos toureiros. Contudo, a indomável boémia mantém a veste escarlate, a sua força libertária e beleza carnal.
Para esta criação de Carmen, Johan Inger decidiu focar-se no tema da paixão e da violência que aborda através dos olhos de alguém puro, não contaminado, dos olhos de uma criança.
«Nesta personagem, há algum mistério. A criança poderia ser qualquer um, poderia ser Don José em criança, poderia ser uma jovem Michaela, ou o filho por nascer de Carmen e Don Jose, ou qualquer um de nós, com uma bondade primitiva, ferida por uma experiência de violência, que embora breve, irá ter um efeito adverso permanente nas nossas vidas e na nossa capacidade de nos relacionarmos com os outros. Onde começa a violência doméstica, e onde termina?» Johan Inger
Fundada no final da década de 1970, a Companhia Nacional de Dança (CND) é dirigida por José Carlos Martínez (Cartagena, 1969), antigo bailarino principal do Bailado da Ópera de Paris. Transformada numa grande companhia do século XXI, a CND apresenta no seu reportório bailados clássicos e dá especial relevo às criações contemporâneas, numa mistura extremamente criativa.
Com este bailado, o coreógrafo Johan Inger, tal como William Forsythe, Jirí Kylián ou Angelin Preljocaj, foi galardoado com o prestigiado prémio Benois de la Danse, em 2016.