Nos passos do pai do movimento impressionista.
Menos celebrado que os seus contemporâneos, Camille Pissarro (1830-1903) é reconhecido como o pai do movimento impressionista, principalmente porque foi um dos primeiros artistas a aplicar os seus princípios e depois porque, nascido numa geração de talentos notáveis, desempenhou um papel essencial e unificador na organização dessa corrente.
Na verdade, Pissarro foi o único pintor a participar nas oito exposições impressionistas organizadas entre 1874 e 1886. Por ocasião da exposição “Pissarro em Éragny: a natureza redescoberta”, realizada no Museu do Luxemburgo, em Paris, este documentário parte ao encontro dessa figura cativante, nascida nas Antilhas e descendente de judeus portugueses expulsos do País durante a Inquisição, que aprendeu a pintar nas cores dos trópicos e defendia a ideia de que é preciso pintar o que se sente e não o que se vê.
Cezanne, Monet, Renoir ou Sisley seguiram os seus passos pelos campos para ter o prazer de pintar ao seu lado e beneficiar dos seus humildes conselhos. Através de especialistas e dos descendentes de Pissarro e do negociante de arte Paul Durand-Ruel (1831-1922), que nos abrem os arquivos familiares, o filme do luso-descendente Christophe Fonseca revela tudo o que este artista, há muito menosprezado, trouxe ao impressionismo. Uma redescoberta que faz todo sentido à luz da comovente frase de Cézanne: “Foi um pai para mim. Era um homem a consultar e algo como o bom Deus.”