Estreia: Sábado, 20 de Outubro às 22:15, na RTP2.

Criação da bailarina e coreógrafa francesa Maguy Marin que nos obriga a refletir sobre as nossas responsabilidades individuais na agitação coletiva do dia-a-dia 

 

No centro do espetáculo, acusação brutal contra a barbárie comum, o ritmo assume particular relevância, impulsionado por uma música techno empolgante. Três homens e três mulheres são apanhados numa corrente que transmite uma série de estados e situações: da partilha ao desvio, da festa à loucura, da alegria à violência. O título refere-se ao termo informático que descreve a unidade básica de informação digital. Esta pequena palavra dá o impulso rítmico a partir do qual o espetáculo toma forma, numa sucessão contínua de impulsos e tensões, orquestrado no rigor febril de uma dança ao mesmo tempo alegre e desesperada.

Como uma constante na peça, a farândola, dança coletiva transmitida através dos tempos, surge como um motivo recorrente. De forma obsessiva, os bailarinos – quais indivíduos de uma sociedade de emoções díspares – cedem aos movimentos, criando uma dança coletiva e individual que se confunde a todo o momento. Ritmos que se assumem como rituais que o tempo não esqueceu, recordando danças tradicionais e ritos ancestrais, alguns deles macabros. Não lhe faltando crueldade na análise da sociedade contemporânea, BiT leva-nos às profundezas da nossa humanidade e questiona as nossas responsabilidades individuais na agitação coletiva de cada dia que passa.

O espetáculo foi gravado no Toboggan de Décines, em Março de 2016.

 

 

Com mais de 40 anos de carreira, a bailarina e coreógrafa francesa Maguy Marin é uma referência internacional da dança contemporânea, reconhecida pela qualidade e inovação da sua obra. Nascida em Toulouse, França, em 1951, no seio de uma família de refugiados espanhóis, estudou dança clássica no conservatório. Influenciada pela obra de Samuel Beckett e discípula de Maurice Béjart, a coreógrafa iniciou nos anos 80, em França, um caminho por territórios que Pina Bausch percorreria, ao mesmo tempo, na Alemanha: uma dança-teatro que nos revela a nossa verdadeira humanidade. Maguy Marin recebeu o Leão de Ouro na Bienal de Veneza, em 2016, pelo conjunto da sua obra.

 

«A arte é como uma arma não violenta.» Maguy Marin

Ficha Técnica

Título Original

BiT

Coreografia

Maguy Marin

Música

Charlie Aubry

Intérpretes

Ulises Alvares, Laura Frigato, Daphné Koutsafti, Mayalen Otondo, Cathy Polo, Marcelo Spulveda e Ennio Sammarco

Cenário

Louise Gros e Laure Pignon

Figurinos

Nelly Geyres, com o apoio de Raphael Lo Bello

Ano

2016

Duração

60'

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