Documentário da autoria de Miguel Ferraz sobre Tomé de Barros Queiroz, uma referência fundamental na História das Finanças Públicas da 1ª República.
A evocação das figuras associadas à República, aos seus ideais e à sua implantação, tem tido maior incidência em alguns nomes que, por isso, se tornaram mais emblemáticos.
No entanto, há várias personalidades menos conhecidas, mas cuja importância, historial e conduta merecem ser destacadas e divulgadas.
É o caso do republicano Thomé de Barros Queiroz – cuja vida é retratada neste documentário – que deve ser recordado pelo exemplo de dignidade, honestidade, perseverança e sentido de serviço à Causa Pública.
Nasceu em Quintãs (concelho de Aveiro), em 1872, numa família de grandes tradições liberais.
Apesar de ser descendente do Desembargador Joaquim José de Queiroz, Chefe da Revolta Liberal de 1828 e avô de Eça de Queiroz, começou a trabalhar aos 8 anos para fazer face à crise económica que afetara os seus pais.
Exemplo eloquente de um verdadeiro autodidata, Barros Queiroz especializou-se em assuntos financeiros e chegou a ocupar altos postos políticos e sociais, como os de deputado, Ministro das Finanças e Primeiro-Ministro, entre outros, tendo sempre recusado receber qualquer honorário pelo exercício de cargos públicos.
Para Guilherme d´Oliveira Martins, participante no documentário, “Barros Queiroz é uma referência fundamental na História das Finanças Públicas da 1ª República”.
Mas a principal marca do seu percurso acaba por ser o exemplo humanista, ético e moral, a sua independência, o prestígio e respeito em todos os quadrantes, como o comprovam os vários episódios relatados no filme e os testemunhos de diversas personalidades, nomeadamente os de Mário Soares, António Nogueira Leite e Maria de Belém Roseira.
No seu depoimento, Miguel Real afirma que “Barros Queiroz personifica os ideais puros da República”.
Esta obra tem autoria e guião de Miguel Ferraz e realização de Elisabete Grazina e Fernando Falcão.