O filme da vida de Charles Aznavour, realizado pelo cantor, ator e comediante e por Marc Di Domenico.
Em 1948, a amiga Edith Piaf ofereceu a Charles Aznavour a sua primeira câmara de filmar, uma Paillard que nunca o abandonaria. Até 1982, Charles captou inúmeras horas em filme que formaram a base do seu diário em película.
Aznavour filmou a sua vida e viveu como a filmou. Onde quer que fosse, a câmara estava ao seu lado. Captou tudo, incluindo momentos íntimos da sua vida, lugares por onde passou, amigos, amantes e problemas.
Poucos meses antes da sua morte, em Outubro de 2018, Aznavour e Marc di Domenico começaram a editar as imagens e decidiram fazer um documentário com esse material… o seu filme!
«De 48 a 1982, Aznavour filmou tudo e filmou-se todo. Há quem tenha um diário, quem vá escrevendo textos para memória futura. Aznavour, em 8 e 16 mm filmou a sua vida, à procura das suas raízes e desraízes arménias e outras, filmou a sua luta para vencer preconceitos e barreiras no mundo da canção, filmou Marrocos, Argélia, Senegal, quem sabe se a Luanda onde esteve nos anos 60, filmou a América e a União Soviética, Hong-Kong e Macau, o Japão. Filmou as mulheres que amou, o filho que as drogas mataram aos 25 anos, filmou os amigos e Paris, Veneza, o mar. As imagens são de uma sinceridade tão amorosa como pungente. Há nelas um olhar, porque Aznavour tinha um olhar, carregado de uma sempre insatisfeita ambição à procura dessa coisa francesa a que eu chamaria bonheur. Felicidade? Talvez, mas o bonheur francês sugere um bem estar tranquilo, um contentamento de boa hora, de que a agitação sonora da palavra “felicidade” nos afasta e perturba.» Manuel S. Fonseca