Documentário dedicado à obra dos reconhecidos arquitetos Francisco e Manuel Aires Mateus.
O trabalho dos arquitetos Aires Mateus mostra claramente a contemporaneidade – na sua complexidade e contradição –, uma condição difícil de se expressar no domínio da arquitetura. Encontra-se na interpretação do seu trabalho um apetite – quase um desejo – para uma apropriação cinematográfica: pela invenção de um lugar; pelo confronto entre corpo e matéria; pela a clareza dos jogos de sombra; pela busca de um silêncio próprio.
A amplitude do trabalho que há muito têm vindo a desenvolver confirma-o. As suas propostas desenvolvem uma linguagem de forte impacto universal. Desta universalidade, emerge uma adequação ao território radicada numa clara tradição portuguesa: a poética como tradição.
Este documentário de Henrique Pina parte de um trabalho de investigação dos arquitetos Maria João Soares, Susana Tavares dos Santos e João Miguel Couto Duarte e centra-se em oito casas da autoria dos arquitetos Aires Mateus e nas ligações que estabelecem com o território português e com o corpo humano.
Através da dança e do movimento da coreógrafa e bailarina contemporânea Teresa Alves da Silva, e da música original composta por Noiserv, descobre-se o trabalho do multigalardoado atelier que recebeu um Prémio Valmor e um dos seus mentores – Manuel Aires Mateus, o Prémio Pessoa 2017.
«O cinema e a arquitetura eram dois universos que nunca tinha planeado juntar até as obras dos Aires Mateus se atravessarem no meu caminho. Há um lado muito inspirador e cinematográfico naquilo que eles criam, o que deu lugar a uma procura pelo movimento, pela vida e por uma reação emocional que, à partida, reside num espaço ininteligível.» Henrique Pina
Nascido em Lisboa em 1987, Henrique Pina licenciou-se em cinema na Roehampton University, em Londres, e, em 2016, criou a Moonway Films. Estreou-se com a curta-metragem Tejo, em 2010, apresentou a também curta Passerby, no Lisbon & Estoril Film Festival, e, em 2013, novamente uma curta, The World is Falling apart (and still people fall in love), foi galardoada com o Prémio Melhor Ficção Nacional no Oporto International Film Festival.