O percurso de mais de 30 anos de uma das bandas mais originais da música portuguesa e que testou todos os limites: os Pop Dell´Arte
«Em meados dos anos 80, Lisboa vivia um tempo de desafio e de busca de novas ideias. Pelo menos assim o era na música, com o Rock Rendez-Vous como palco na linha das atenções de novas bandas que queriam ser apenas iguais a si mesmas e diferentes de todas as outras, servindo então o recentemente lançado semanário Blitz e o programa ‘Som da Frente’ de António Sérgio de importantes janelas que asseguravam a comunicação sobre o que de novo e entusiasmante ali acontecia. Os Pop Dell’ Arte não foram os únicos a surgir neste clima de efervescente desafio à criatividade. Mas pelo modo como juntaram referências – de Warhol a Fassbinder, sem esquecer importantes movimentos da aurora do século XX – e souberam olhar sempre para além da linha do horizonte das formas e regras instituídas, não só lançaram bases para um corpo artístico ímpar como, pela longevidade, sublinharam a conquista de um lugar de relevo na história da música portuguesa.» Nuno Galopim
Liderados por João Peste e atualmente compostos por Zé Pedro Moura, Paulo Monteiro, Nuno Castêdo e Eduardo Vinhas, os Pop Dell´Arte são uma das bandas mais fascinantes e originais que já nasceram em Portugal. Com mais de 30 anos de existência, a sua história é marcada por uma forte componente eclética e subversiva o que os levou a incorporar na sua música referências díspares como o Cinema, a Performance, a Poesia e toda uma gama de temas que até à criação desta banda nunca tinham sido abordados na música portuguesa.
Como é óbvio para qualquer pessoa que os conheça, a sua existência e carreira nunca foram fáceis tendo em conta a natureza Libertária e Independente na qual os Pop Dell´Arte sempre militaram e também pela intensidade com que sempre se entregaram à música e aos tempos que corriam.
Este documentário de Nuno Galopim e Nuno Duarte pretende resumir aquilo que foram as mais de três décadas de existência deste coletivo lisboeta, desde os seus primeiros passos no mítico Rock Rendez Vous, à criação da editora independente Ama Romanta, passando pela gravação de álbuns históricos como ‘Free Pop’ ou ‘Sex Symbol’, desaguando no presente da banda que continua com a mesma inquietação e curiosidade que fizeram dela um nome incontornável no Universo da Música Portuguesa.
«Às vezes a coragem também é loucura.» João Peste