A jornalista da RTP aceitou o desafio: responder às perguntas deixadas nas redes sociais.

Cristina Esteves, jornalista da RTP, responde às suas questões.

Miguel Lopes Mário Muan
Com quantos anos entrou na televisão?

Tinha 21 anos.

Mariana Faria
Já desde criança que queria ser jornalista?

Desde pequena que sou muito curiosa e sempre dei muita atenção a entrevistas e debates televisivos. Aquele ambiente fascinava-me além do gosto em comunicar.

Leonor Soares Matos
Qual seu curso superior?

Tirei Direito na Clássica, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, com especialização na área de jurídico-económicas.

Tiago Silva
Quem foi a pessoa que a inspirou em ser jornalista?

Há vários profissionais nacionais e estrangeiros que por variadíssimas razões acentuaram o meu gosto pelo jornalismo. No todo, e entre tantos, não me arrogo de destacar um.
Adelino Amorim
Como é ser jornalista em Portugal?

Há princípios básicos que devem nortear todas as profissões independentemente dos países em que sejam exercidas embora saibamos que nalguns há total ingerência. Um jornalista deve ser o mais possível imparcial, objectivo e reger-se pela ética. 

Hugo Loureiro Paulos
Como jornalista acha que Portugal é um país livre?

Portugal é uma pequena democracia ainda relativamente jovem, em estado de maturação, pelo que há vícios e costumes que perduram no tempo, mentalidades por regenerar e dependências políticas, económicas e sociais por superar. Quem se sentir ou deixar condicionar obviamente que não é livre. 

 
Bernardino Silva Gaspar
Que pensa sobre o momento do jornalismo em Portugal?
Numa altura de fortes constrangimentos económico-financeiros, e alterações socias e tecnológicas nos meios e hábitos, a comunicação social não está imune à sua envolvência. Nunca houve tanta liberdade de acesso à informação e o jornalismo continuará a auto-regular-se de forma a continuamente superar os desafios do momento.
Rui Oliveira
De que forma pode a comunicação social influenciar nas escolhas editoriais por forma a instruir mais a popul
ação com notícias que contribuam para o seu enriquecimento cultural? 
A informação pode e deve ser plural e pedagógica, sem ser paternalista. Certo é que nunca como hoje houve tantos espaços informativos considerados culturais e/ou de nicho, independentemente das audiências que geram.
 

Carlos Silva
O serviço público tem pernas para andar na RTP ou as audiências são prioridade?

O serviço público tem pernas para andar e anda mas deve também ter público sem ser no entanto uma prioridade absoluta. 
É uma longa caminhada há mais de meio século e sem fim à vista, assim se espera, na qual milhares de funcionários dedicaram parte da sua vida para melhor servir os portugueses espalhados pelo mundo fora. Há certamente caminho por desbravar mas não há serviço público sem público, sem expressão, ou apenas para uma minoria. O serviço público é também diversidade e complementaridade nos meios e na forma, como regulador de qualidade e inclusiva do grande público.
António Calongo
Acha que a RTP, como canal público, deveria em muitas situações ser mais isen
ta?
Por muito isenta que se seja, a percepção da mesma é intrínseca à de quem assiste.  
Jorge Simões
Como jornalista o que gostaria de modificar ou introduzir na RTP?

A RTP, até pela sua grandeza, também é um reflexo da nação: há sempre mais e melhor por fazer. O mais premente prende-se com a estabilidade normativa, que tem de vir de fora para dentro, do poder legislativo e executivo.

João Silva
Não acha que os telejornais teriam mais qualidade se tivesse no máximo meia hora?

A qualidade não é por si sinónimo de quantidade, e vice-versa. É uma velha discussão que jamais gerará consenso, o mais importante está na relevância e pluralidade do conteúdo sem que se transforme num mero “chouriço informativo” ou entretenimento.

David Wrescz
Como se sente a dar o telejornal? 

Bem, nem mais, nem menos. Com o máximo de profissionalismo que tento incutir em tudo o que faço. 
Irina Gaspar Rosado Carvalho
Apesar de sua opinião pessoal, como sente ao noticiar um acontecimento com o qual se sente revoltada ou indignada?

Sentir, sinto como outrem. Tento é ser imparcial sem que a expressão facial ou voz me atraiçoe.
   
Rafael Filipe Barbosa Silva
Como se sente quando tem de dar uma notícia horrível ao país?

Somos humanos, com sentimentos, com valores de vida. Abstraímo-nos mas não desprendemos. Já chorei no fim de uma reportagem mas também já ri com situações divertidas e inesperadas. 

João Gomes
Por que acha que a direção de informação da RTP ainda não a escolheu como pivot "residente" do Telejornal durante a semana?

É uma opção.

João Monteiro
Sente que pode ser encarada como a "nova Judite Sousa" da RTP?

Não. Cada uma tem o seu lugar, a sua personalidade, a sua forma de estar, a sua envolvência e as suas oportunidades. É uma colega que muito admiro. 

Joaquim Marçal
Jornalismo de investigação ou reportagens em cenário de guerra?

Preferencialmente, de investigação.

Luis Filipe Moreira
Se lhe mandassem fazer uma reportagem no terreno onde os seus colegas jornalistas foram capturados iria ou ficaria apreensiva?

Quem envia um jornalista para algum local, para certa tarefa, deve saber se o profissional tem o perfil adequado ao que se pretende. Se assim fosse, provavelmente iria, apreensiva. 


Fatima Soares
Sei que gosta de entrevistar José Sócrates. Gostaria de entrevistar o Presidente da República, Cavaco Silva?

Os espaços de comentário de José Sócrates e de Nuno Morais Sarmento são espaços de opinião e não de entrevista. Como qualquer outro jornalista, gostaria de entrevistar o Presidente da República. 
 
Jorge Represas
Ao entrevistar altos responsáveis sujeita-se a entrevista condicionada ou, livre…? Tem a audácia e gosto de fazer perguntas incomodativas…?

Numa entrevista devem ser colocadas as questões consideradas pertinentes para o cabal esclarecimento de determinadas matérias. Não tenho amarras, nem estados de alma. 

Adiel Vinicius
Qual foi o seu maior desafio jornalístico?

O último, que será superado pelo próximo. Cada estreia de um programa, cada entrevista, cada Telejornal foi e é o desafio. 

Antonio Rocha
Qual foi para si a sua melhor entrevista e qual foi a entrevista em que não esteve bem?

Há entrevistas que marcam por diversos motivos: porque é na estreia de um programa, porque o entrevistado surpreende ou pelo desafio e repercussão que geram. Gostei de entrevistar tanta gente… Assim como há entrevistas que por muito bem que nos digam que correram fica-se com a sensação que se poderia ter feito mais ou diferente.
Idalina Feijão
Qual foi o convidado que lhe custasse mais a entrevistar?

Tudo o que tem haver com tragédias humanas e pessoais acarreta uma carga emocional acrescida que é de difícil abstração e origina uma sensibilidade peculiar. Até por isso, abstenho-me de nomear alguma por respeito aos próprios.
José Augusto Sousa Martins
Qual o convidado que mais embaraços lhe causou quando entrevistado por si?

Não me recordo de algum convidado que me tenha causado algum embaraço. Mas há entrevistados mais difíceis que outros. Alguém que responda em monossílabos ou assuma uma postura meramente defensiva não é certamente esclarecedor para ninguém. 
Diogo Rocha
Já cometeu um erro grave quando entrevistou alguém?

Grave não. Mas todos nós temos lapso e não sou obviamente excepção. O importante é reflectir, fazer juízo das opções e direcções que tomámos. Aprender.
Mario Silva
No jornalismo, quais são os próximos projectos televisivos?

Neste momento estou com os espaços de opinião de Nuno Morais Sarmento e José Sócrates na RTP1 e as entrevistas no PROTAGONISTAS na RTP Informação. Os próximos projectos, em concreto, vamos ver… O segredo é a alma do negócio, talvez em breve haja novidades.
Carlos Silva
Está no auge da sua carreira?

Não sei se estarei no auge da carreira, sinceramente espero que não. Adoro o que faço! Acredito que o maior desafio é o próximo, mas tudo na vida é efémero.
Pedro Silva
Recomenda-me que siga a profissão de jornalismo ou não? Alguns jornalistas com quem já falei disseram, num tom de brincadeira, para me atirar para o mar.

Nos tempos que correm a maioria das profissões tem o mar como alternativa… Mais a sério, deve-se prosseguir o que se gosta e para o que se tem verdadeiramente vocação de modo realista e não por atração efémera ou percepção casuística.
Diogo Maurício
É do Sporting ou do Benfica?

O meu pai era sportinguista e a minha mãe belenense, eu sou do contra, benfiquista por opção. No entanto, mantenho com o desporto um certo distanciamento e como jornalista não tenho clube.
Miguel Teixeira
Gostava de saber porque fala com a boca a maior parte das vezes de lado. Teve algum problema de saúde?
Infelizmente, tive. Fui sujeita a uma intervenção cirúrgica delicada e complexa que implica uma recuperação morosa, e dolorosa. Obrigada pela preocupação.

Jorge Oxygenio Vicente Mauelele
Quais são os cuidados que tem com a pele para se manter tão jovem?

Não tenho cuidados especiais além dos básicos. Não há segredos.

Rui M Borges
Se a caneta é mais poderosa do que a espada… porque é que as acções têm mais significado que as palavras?

Palavras, leva-as o vento… mas há as que perduram no tempo. O valor de cada, o acto que representa, depende de quem os manuseia, da figura que o caracteriza, da relevância que se lhe atribui.

Relacionados