O serviço público de rádio e televisão voltou a merecer o reconhecimento do Clube de Jornalistas e da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica. As duas instituições distinguiram a RTP com quatro novos prémios, realçando uma vez mais a qualidade e a pertinência do trabalho jornalístico desenvolvido na área da saúde.
As jornalistas Margarida Metello e Paula Rebelo venceram, respetivamente, o Grande Prémio e o Prémio Carreira APIFARMA/Clube de Jornalistas, naquela que foi a 7.ª edição do Prémio Jornalismo em Saúde.
Margarida Metello foi agraciada pelo documentário “Únicos e Singulares”, que aborda a forma como a arte é usada na reabilitação de pessoas com doença mental. No entender da jornalista, falamos de pessoas que a “sociedade considera incapazes e esconde com vergonha ou medo. Acredito que o prémio é o reconhecimento destas pessoas e do valor e qualidade do seu trabalho”. Acrescenta que a distinção é igualmente “gratificante, um estímulo e um motivo de orgulho” para toda a equipa, uma vez que o processo de produção foi “particularmente duro” devido às muitas restrições e à falta de meios.
O Prémio Carreira atribuído a Paula Rebelo é o reconhecimento do seu contributo ímpar e valioso no jornalismo televisivo em saúde. A repórter da RTP recebeu a distinção com “surpresa, a que se juntou uma enorme alegria. É uma responsabilidade e honra pelo sentido de serviço público que sempre tentei incutir à área em que me especializei há quase 20 anos”.
Ciente de que uma “carreira não se faz sozinha”, Paula Rebelo dedica o prémio aos seus colegas e à RTP, onde se formou e tem liberdade para “seguir o meu sonho. Tenho uma carreira bonita e é um privilégio fazer o que amamos”. Por fim, deixa uma mensagem especial aos “milhares de doentes, familiares, cuidadores, profissionais de saúde, professores e cientistas que ao longo destas duas décadas confiaram em nós e permitiram elevar conhecimento tão fundamental”.
Mas as distinções para o serviço público de média incluem também a jornalista Mafalda Gameiro. A repórter da RTP recebeu o Prémio de Jornalismo em Saúde na categoria de televisão pela reportagem “Escuta-me, por favor”, que nos mostra na primeira pessoa o dia a dia dos profissionais de saúde nos cuidados intensivos, paliativos e primários.
O reconhecimento da reportagem emitida no Linha da Frente representa para Mafalda Gameiro a “validação de um percurso profissional, mas também a valorização de uma intensa mensagem que o trabalho revela e deve ser escutada por todos, sobretudo nos tempos difíceis em que nos encontramos, cuja crise de valores nos fragiliza. O interlocutor desta reportagem são os cuidadores na hora da morte. Através deles percebemos o que nos apoquenta ou apoquentou durante toda a vida e até que tipo de seres humanos, realmente, somos”.
Já na categoria de rádio, a distinção foi entregue a Cláudia Godinho, jornalista da Antena 1, pela reportagem “Redução de Danos: Entre a droga e a vida”. Neste trabalho visitamos a primeira sala de consumo assistido em Portugal, que já reverteu mais de duas dezenas de overdoses. Para a autora da reportagem, o prémio atribuído é importante pois permite “dar a conhecer o trabalho realizado pelos profissionais da associação Ares do Pinhal na Sala de Consumo Assistido, na Quinta do Loureiro, em Lisboa”.