Nunca, por nunca, começar do zero!
Documentário em 3 atos de Ricardo Clara Couto sobre a construção da central hidroelétrica do Tua.
Uma viagem ao Tua entre o drone e os gabinetes, as preocupações ambientais e a memória, a política e o abandono, a obsessão e as referências poéticas do arquiteto que moldou a sua paisagem sem a transformar. Território: Tua e a sua envolvência, uma região em risco de ficar ainda mais deserta, a vontade de várias autarquias e um passado romântico ligado à linha (desativada) dos caminhos de ferro.
A EDP ganha o concurso para construir uma massiva barragem, mas nem todos concordam. Protestos são originados e a questão acaba na UNESCO que manda interromper uma obra colossal sob argumentação de que pode interferir com uma área que é Património Mundial. É preciso conseguir o verdadeiro Ovo de Colombo. Apresentar um projeto que, em simultâneo, resolva o problema junto da UNESCO, sirva os interesses dos concelhos e as insuficiências energéticas da região, e, last but not the least, verdadeiro “pormaior” que agrade ao povo.
Entra o arco do nosso protagonista, prémio Pritzker, arquiteto Souto Moura e, na jornada do herói, são secundários profundamente relevantes os seus fantasmas e obsessões, de Picasso a Miles Davis, das casas da Mesopotâmia a um amplificador que há muitos anos desenhou para um amigo, das Variações de Gould aos seus poetas favoritos em busca da perfeição.