Viagem inédita às origens muito políticas do Festival mais famoso do mundo, através do destino dos seus dois criadores
Evento incomparável que celebra a 7ª Arte na sua diversidade e profusão criativa, o Festival Internacional do Filme de Cannes teve um nascimento dramático marcado pela guerra. Este documentário conta a história dos seus criadores, dois visionários de uma coragem exemplar.
Em 1938, Philippe Erlanger, alto funcionário da Educação Nacional, jornalista e crítico de arte, ficou indignado com o Festival de Veneza, sob o jugo dos regimes Fascista e Nazi. Consciente das ameaças à liberdade de expressão, decide organizar um festival de cinema que seria o bastião cultural contra a barbárie que se anunciava. Jean Zay, Ministro da Educação Nacional e Belas Artes, junta-se ao projeto.
Os dois movem céu e terra (e subsídios), para organizar o evento que devia ser inaugurado a 1 de setembro de 1939. Mas um furacão destruidor estava a caminho…
A declaração da mobilização geral, prelúdio da Segunda Guerra Mundial, cancelava todas as suas esperanças. Homem de convicções, Jean Zay integra o exército francês. Preso após a tentativa de conquista do norte da África, juntamente com outros parlamentares, é abatido pela milícia em 1944. Depois do regresso à paz, Philippe Erlanger consegue organizar o primeiro Festival de Cannes, em 1946.
Através do destino dos dois precursores, este documentário de Gilles Taurand e Frédéric Zamochnikoff, realizado por Frédéric Chaudier, conta a história de uma era, restaurando com precisão o contexto da gestação agitada de um evento do cinema mundial hoje sinónimo de excelência e celebração.