Um documentário transcendente que revela a beleza do rejeitado, a força dos fracos e a necessidade de mudança quando a mudança parece ser impossível
Na sua estreia, a realizadora polaca Anna Zamecka acompanha a vida de uma adolescente que cuida do irmão autista e do pai disfuncional. Um curso intensivo de crescimento que nos ensina que nenhum fracasso é final, especialmente quando o amor está em jogo. Quando os adultos são ineficazes as crianças são forçadas a crescer mais depressa.
Ola, com 14 anos de idade, cuida do pai alcoólico, que só pensa em televisão e cerveja, do irmão autista, de 13 anos, e da casa que está a cair aos pedaços mas, acima de tudo, procura juntar novamente a família.
A primeira comunhão do irmão é o pretexto para que a família se volte a reunir e Ola é inteiramente responsável por preparar uma celebração familiar perfeita. A rapariga vive na esperança de que a mãe, casada com outro homem de quem tem um filho, volte para casa. Mas, em vez disso, aprende a sua primeira lição de vida: às vezes a coisa mais difícil a fazer, é desistir dos próprios sonhos.
Komunia venceu o Prix Arte – Melhor Documentário do Prémio do Cinema Europeu, e a distinção da Semana dos Críticos, no Festival Internacional de Locarno, em 2016.
«É verdade que esta história é inspirada pela minha própria experiência, pela minha própria infância. Esse foi o ponto de partida, realmente. Primeiro eu conheci Marek, o pai, quando estava a pesquisar e a filmar outro projeto, na Wajda School. Estava a pensar fazer um pequeno filme de ficção com um protagonista parecido com o Nikodem. Eu também tinha um irmão mais novo de quem tinha que cuidar e outros problemas familiares. Tinha que ser ficção porque eu não sabia como começar a procurar pessoas reais que vivessem uma situação parecida.»
Anna Zamecka